Era pra ser uma garantia de qualidade, mas seguidamente, quando é anunciado algum desses projetos feitos pra ser cult, com tantos nomes de astros que não cabem em um cartaz só, o resultado é direcionado pra vergonha alheia.
Não que houvesse grandes riscos em
vista em se tratando de um elenco integrado por Josh Brolin, Sean
Penn, Ryan Gosling, Nick Nolte, Emma Stone, Anthony Mackie, e Giovanni
Ribisi.
Também não era certeza de nada,
mas era um excelente primeiro passo.
O diretor Ruben Fleischer,
que ganhou alguma relevância após Zumbilândia, repete parte da fórmula
efetiva já conhecida de seu trabalho, e entrega algo visualmente competente.
Novamente há os lampejos de câmeras lentas, trazendo mais cara de Hollywood do
que de filme cult pra "Caça aos Gangsters".
Toda ambientação bem-feita
pavimenta os passos do figura-real Mickey Cohen (interpretado pelo Sean
Penn), que ganha momentos buscando torná-lo de imediato vilão de respeito,
em sua busca por expansão do império do crime que comanda em Los Angeles.
A parte da polícia que não ganha
mesada dele, no entanto, considera que é momento de Cohen se retirar e
viver que nem um velho qualquer que não mata os outros, e então surge o tal Gangster
Squad, do título original do filme.
Nenhuma novidade até aí.
Quer dizer: apresenta o vilão e
tenta convencer o público da vilania dele, e então uma equipe de heróis é
formada.
Não significa também que o
problema está nisso, pois havendo a dose certa de criatividade, e carisma, isso
também pode resultar em um bom filme.
A equipe de policiais linha-dura
aos moldes dos filmes que empesteavam as sessões de cinema da TV mais de uma
década atrás, é consequência de uma ordem do Chefe de Polícia Bill Parker
(Nick Nolte) ao Sargento John O'Mara (Josh Brolin), que vai então
com a ajuda da esposa grávida escolher os melhores estereótipos dentre os
desajustados clichê da polícia da cidade.
Logo na apresentação dos caras o
constrangimento já está em níveis intoleráveis, que é reforçado pelos diálogos
repletos de frases de efeito que outros inúmeros filmes já trataram de tornar
não-memoráveis.
Além disso, os tiroteios de um
homem só contra o mundo, derrotando a tiros vários oponentes, e vivendo pra
cantar alguma mocinha da ocasião, e a presença mais caricata do que o esperado
de Sean Penn, são parte da cartilha do filme descartável do diretor.
Pra falar a verdade, há muito
tempo que eu não assistia um filme tão óbvio e repulsivamente tedioso quanto
"Caça aos Gangsters".
Por mais que haja esforço de
minha parte, é impossível lembrar de ao menos uma cena pra afirmar que esse não
foi o dispêndio de 113 minutos de vida que poderiam ser bem melhor empregados
dormindo ou lendo uma HQ ruim.
Não saberia dizer se não fosse
pelo regurgitado roteiro de Will Beal, o
longa-metragem poderia ser pelo menos razoável, mas a impressão é que, também o
trabalho de Ruben Fleischer na direção não é compatível com o tipo de
história que ele se arriscou a contar.
Fato é que ninguém no elenco se
sobressai, e então nem isso salva o filme do vexame.
Josh Brolin, Sean Penn, Ryan
Gosling e companhia estão lá por não ter lido direito o roteiro, ou por
achar que aquelas frases vergonhosas que eles recitavam durante as filmagens em
frente das câmeras seriam apenas material pra erros de gravação.
Em meio a tiroteios emoldurados
por uma trilha sonora deplorável mergulhada no mesmo balde de clichês que todo
o resto, é impossível levar o mínimo a sério nada em "Caça aos
Gangsters", que quem sabe conseguisse ser ao menos uma mediana paródia
ao cinema de Gangsters, caso alguém percebesse o quanto ele era ruim antes de
lançá-lo.
.
Quanto vale:
Caça aos Gangsters
(Gangster Squad)
Direção: Ruben Fleischer
Duração: 113 minutos
Ano de produção: 2013
Gênero: Policial/Ação
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