Não apenas pela minha faixa etária,
mas eu lembro claramente (de algumas partes) do filme "Twister".
Lembro inclusive das propagandas na TV,
e do quanto foi comentado a respeito dos efeitos especiais.
Naquela época, ser um filme de efeitos
especiais não parecia algo tão nocivo.
Quem sabe porque, ao assistir produções
que nem "Jurassic Park", "Independence Day", e até o próprio "Twister",
ainda que não fossem repletos de profundidade, e hoje em uns tantos aspectos possam parecer datados e etcs, fossem bem
legais.
Legais mesmo, e até porque os efeitos
eram caprichados, mas não suprimiam um enredo esperto e com
personagens que não eram nulos pra trama.
Isso não é dito pra fins de parâmetro
do que é o padrão máximo de qualidade de um filme de efeitos
especiais, mas sim porque "Twister" realmente trazia algo pra que cena ou outra fosse lembrada por um punhado de tempo depois da projeção.
Se esse "No Olho do Tornado"
é capaz também, aí é assunto pra essa postagem.
Só que, convenhamos: um longa-metragem
de menos de hora e meia, no estilo mockumentary (algo em vias de banalização),
com os dramas mais corriqueiros possíveis pros seus personagens, não
é um modo muito interessante de tentar ficar na memória de quem
assiste.
"Into the Storm", no entanto, quem sabe
não tenha sido pensado pra que alguém lembre dele enquanto espera
o elevador pra ir pro estacionamento do shopping depois da sessão.
Pode ser o entretenimento raso a
respeito do qual ninguém comenta depois. Nem pra elogiar nem pra
xingar, mas que cumpre o objetivo de naquela hora e vinte e poucos, fazer o mundo lá fora sair de cena, pra que só a ficção da tela pareça existir.
Porém, e se nem pra isso o longa-metragem funcionar?
Porém, e se nem pra isso o longa-metragem funcionar?
Parece ser essa a única forma de
acompanhar e esperar a vertente de destruição que vai preencher
cada minuto a partir do momento em que a previsível tempestade se
tornar a catástrofe máxima em se tratando de tornados.
Porque tudo que for dito, encenado, e
ocorrer até esse momento é completamente desimportante.
Uma espécie de tempo de tolerância
pra quem se atrasa pro cinema, ou que acredita que um bom filme de
ação não pode ter história, e que nesse caso pode fazer uso do
flash forward sem culpa ao assistir em casa na maior TV possível.
E não se preocupe, pois mesmo Richard
Armitage (o Thorin, Escudo de Carvalho, de O Hobbit) ou
Sarah Wayne Callies (do seriado The Walking Dead) fazem nada pra que
isso seja diferente.
Nem aquele carisma canastra ou as
expressões de pânico.
Nada mesmo.
Resta só a epifania de efeitos CG e
tornados de dimensões abusivas, devastando e varrendo qualquer
indício de civilização.
Pra fins de comparação (e aí sim
vale uma comparação, diferente do "Twister") "No Olho do Tornado" é pros
filmes de tornados o que "Skyline" foi pros filmes sci-fi.
É só uma desculpa esfarrapada pra jogar os
cidadãos de uma cidade pequena e uma equipe de caçadores de
tornados em rota de colisão com uma força da natureza que justifica
diminuir o trabalho dos roteiristas.
Até é divertido ver o esparrame de
casas aos frangalhos e carros pelo ar, o que perde completamente a
graça quando os humanos proferem asneiras e tentam comover com seus
dramas de Malhação.
Fosse um curta-metragem que nem o "Ataque de Pânico", criando o clima rapidamente, e depois enfocando a destruição e os efeitos, poderia ser
bem comentado positivamente pela internet.
Mas sendo um longa, o esquecimento lhe
cai que nem uma luva.
Quanto vale:
No Olho do Tornado. Recomendado para: justificar a compra
dessa TV de inúmeras polegadas na sua sala, e a existência do botão
flashforward do controle remoto.
No Olho do Tornado
(Into the Storm)
Direção: Steven Quale
Duração: 89 minutos
Ano de produção: 2014
Gênero: Ação
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