Um filme que nem esse do
Rob Marshall me complica.
É comum ter uma
expectativa antes de assistir um filme, ainda mais sabendo o elenco
envolvido, e tendo assistido algum trailer (esse não foi o meu
caso), e por isso é algo que requer um tanto de reflexão quando um
longa-metragem quebra por completo qualquer expectativa prévia, o
que é o exemplo desse "Caminhos da Floresta".
O diretor Rob Marshall
já se aventurou no mundo dos musicais cinematográficos em "Chicago"
(2002), e "Nine" (2009), e por isso não foi
surpresa essa escolha do nome dele pra capitanear a adaptação da
peça da Broadway que resultou nesse filme.
Além disso, estampar nos
cartazes os nomes de Meryl Streep, Johnny Depp, e Chris Pine
é só mais uma parte de um óbvio hype de blockbuster feito
pra agradar multidões e também os cofres dos estúdios Disney.
O que se viu no entanto,
acabou bem menos similar ao que o estúdio casa do Mickey
e do Hulk tem por padrão em suas produções.
Pra começar, a atmosfera
do filme é um tanto mais sombria, ainda que contenha números
musicais a rodo, obviamente, e eles amenizam bastante a atmosfera.
Apesar de eu ter
mencionado ali acima Johnny Depp,
e Meryl Streep, eles são personagens acessórios,
voltados a tentar roubar a cena em seus minutos de filme, e talvez
jogar pro escanteio da memória os outros nomes do elenco.
Isso porque, por via de
regra, os personagens são todos horríveis, e com exceção da Meryl
Streep, todos são atuados da forma mais canastrona, o que corrobora uma
característica involuntária do filme: ele é uma paródia nos moldes
de "Todo Mundo em Pânico".
Involuntário é também
o humor, que nem sendo involuntário consegue ser um pouco de nada
eficaz.
Fuleiro, o
enredo joga os personagens todos de tantos contos de fadas, no que
poderia ser interessante (a HQ "Fábulas" manda um
abraço) mas é só um musical hollywoodiano de péssima qualidade,
sem nenhum personagem que justifique acompanhar ou torcer por
ninguém.
A torcida é pelo fim do
filme, algo que infelizmente se arrasta em infinitas incursões nas
florestas do reino que abriga Cinderella (Anna Kendrick), a
bruxa (Meryl Streep), Rapunzel (Mackenzie Mauzy), o
padeiro e sua esposa (James Corden e Emily Blunt), e que, no
momento em que sugere o fim do suplício, e a resolução da missão
ridícula imposta pela vilã, é apenas pra trollar a cara de quem
assiste criando um novo "desafio" pra trupe desencontrada
em cena.
E quando nem os méritos
habituais de produção chamam a atenção, e as músicas são
repetitivas, e os diálogos existem pra preencher cena, é forte
indício de que essas 2 horas e 5 minutos da sua vida vão passar sem
deixar nada que se aproveite em troca.
Rob Marshall não acertou
dessa vez, e esse é um risco ao qual a Disney estava se sujeitando.
Mas não precisava errar
tão longe.
Quanto vale:
Caminhos
da Floresta. Recomendado para: ficar nos relacionados dos
sites de torrent junto com "Todo Mundo em Pânico" e seus
similares.
Caminhos da Floresta
(Into the Woods)
Direção: Rob
Marshall
Duração: 125 minutos
Ano de produção:
2014
Gênero:
Fantasia/Aventura/Comédia/Musical
Outras críticas de indicados ao Oscar 2015 você encontra NESSE LINK.
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