Tragam-me a cabeça da Mulher Metralhadora


Com um título desses o incauto leitor pode até pensar que se trata de mais um filme esquisitoide oriundo da mente pérfida do Robert Rodriguez, certo? Errado. Esse filmaço é um longa-metragem vindo do Chile, o país latino-americano que é uma extensa faixa de terra bem fininha exprimida entre a Cordilheira dos Andes e o Oceano Pacífico e que, infelizmente para muita gente, é um dos últimos lugares onde alguém teria ideia para fazer um filme amalucado e cheio de ação.


Dirigido por Ernesto Diaz Spinoza, esse filme divertidíssimo até o último disparo de espingarda é um somatório de humor, frases de efeito e correria. Há também um certo tom regionalista, mas que, ainda bem, não envereda para o bairrismo exacerbado. Na verdade, o filme é uma ode ao cinema exploitation e faz uma brincadeira com o título Traga-me a cabeça de Alfredo Garcia, verdadeira obra-prima do falecido cineasta Sam Peckinpah.

A história gira em torno de um DJ mais covarde que gato em dia de faxina. O pobre coitado precisa chegar até a referida Mulher Metralhadora, uma moça casca-grossa interpretada pela gostosa Fernanda Urrejoa. Ela é uma assassina perigosa e passa boa parte do tempo vestida como se tivesse acabado de sair das páginas da Heavy Metal Magazine, ou seja, o fetiche que habita a mente onanista de 10 entre 11 nerds habitantes desse planeta (e talvez de outros).

A história é direta e para esse tipo de filme funciona que é uma beleza! Não há grandes arroubos criativos na trama, mas o diretor narra tudo de forma fluente e competente. Fico até imaginando o quanto a equipe se divertiu durante as gravações. 

Após esse filmaço que não se prolonga por muito tempo e termina bem antes de ficar chato e desprovido de graça, fiquei até com vontade de acompanhar o trabalho desse tal de Ernesto Spinoza. O sujeito já fez filme de super herói, o Mirageman, e também já invadiu o universo dos filmes de espionagem com o longa-metragem Mandrill


Recomendado para: Aqueles que sabem que não existe pecado no cinema feito abaixo da linha do Equador.

Direção: Ernesto Diaz Spinoza
Ano de produção: 2012
Duração: 73 minutos


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