Em 1995, a gigante
banda do metal progressivo Dream
Theater lançou um dos mais
famosos e bem-sucedidos EPs da história da música moderna. O compacto de 4 músicas
atingiu o 58º lugar da Billboard, e seu carro-chefe foi a música-título de 23
minutos.
Escrita pelo então baterista da banda, o grande Mike
Portnoy, motivado por acontecimentos da época, a música se divide em sete
partes e narra o ciclo de vida completo do protagonista da letra. Passamos ali
pela sua infância, morte de sua mãe, amadurecimento e finalmente o fim de sua
vida, ainda fazendo uma analogia com as quatro estações.
Como a maioria das
composições da banda, a letra é complexa e muito mais profunda do que parece.
Cada verso e estrofe tem uma razão de estar ali, assim como falas do filme
"Sociedade dos Poetas Mortos" e extratos do poema “To the
Virgins, to Make Much of Time”, de Robert Herrick, que fazem parte da música
e ajudam a complementar o que o autor tenta passar.
Há dois conceitos
chaves na obra. O primeiro é da vida
se desenrolar em ciclos, onde tudo acaba onde termina. A letra começa com
o nascer do sol (The Crimson Sunrise) e termina com o pôr-do-sol (The
Crimson Sunset). Este conceito foi muito mais desenvolvido no álbum de 2005 Octavarium.
O segundo é o famoso Carpe Diem. Tudo que é jovem e
belo não vai durar para sempre, então é preciso aproveitar o momento sem pensar
no futuro ("nós podemos aprender com o passado, mas aqueles dias já se
foram / nós podemos esperar pelo futuro, mas pode ser que não haja um").
Não é meu cd favorito
dos caras (Metropolis Pt. 2 mora no meu coração), mas A Change of Seasons
arranca lágrimas de todos os entusiastas da boa música.
Vale a pena relembrar
essa obra prima ou, pra quem herculeamente conseguiu viver até hoje sem nunca
ter escutado, o primeiro contato. Me agradeça depois.
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