No Limite do Amanhã (2014)


E eis aí mais um filme de ficção científica na carreira do eternamente jovem Tom Cruise. Após o Minority Report, Guerra dos Mundos e o irregular Oblivion, esse cinquentão que ostenta uma cara de quem ainda nem chegou aos 35 anos, protagoniza esse divertidíssimo No Limite do Amanhã.

Na trama, um bando de alienígenas intrometidos chegam ao nosso planeta e promovem um ataque devastador. Diante disso, o relações públicas das forças armadas dos Estados Unidos, William Cage (Tom Cruise) é obrigado a entrar no campo de batalha. Sem experiência em combate, ele é morto rapidamente e, de forma misteriosa, ele fica preso no tempo. Dessa forma, o azarado vive a mesma situação seguidas vezes: luta, morre, luta, morre... e assim ad infinitum. Porém a cada reinício Cage se torna capaz de envolver os inimigos com uma habilidade maior. Para auxiliá-lo, está ao lado dele a guerreira das Forças Especiais Rita Vrataski (Emily Blunt). 


E, assim que Cage e Rita assumem a luta contra os alienígenas, cada batalha repetida se torna uma oportunidade para encontrar a solução final e derrotar o inimigo.

O argumento do roteiro desse filme, que representa o enfado de estar condenado temporalmente a repetir um momento de suplício, não é exatamente uma novidade. O longa-metragem Feitiço do Tempo, protagonizado por Bill Murray e dirigido por Harold Ramis, já aproveitou essa premissa. Além disso, há um episódio da Xena - A Princesa Guerreira, em que ela também, sabe-se lá o motivo, deve viver um dia repetidas vezes. 



Ainda nos anos 90, o filme 12:01, baseado em um conto de Richard Lupoff, trabalha com a mesmíssima ideia do looping temporal, quando um cientista é atingido por um raio e passa a viver várias vezes o mesmo dia. E ainda que forçosamente, é possível também fazer um paralelo com a lenda de Sísifo, o personagem da mitologia grega que foi condenado pelos deuses a arrastar sucessivas vezes uma gigantesca pedra até o topo de um colina apenas para depois vê-la rolando lá de cima novamente.

Ainda assim, No Limite do Amanhã consegue trazer uma dose de renovação para esse tema ao injetar nele um cenário futurista envolvendo alta tecnologia e invasão alien. Além disso, o diretor Doug Liman também demonstra segurança nas cenas de ação, sem apelar para a Zack Snyderização na hora de registrar os combates. Tanto que, em um determinado momento, Liman entregou uma bela sequência de batalha que remete ao famoso Dia D da Segunda Guerra Mundial. Sim, Feitiço do Tempo encontrou o Resgate do Soldado Ryan e isso, nesse caso, é um elogio.

Vale também destacar que o senhor Cruise convenceu como um soldado inexperiente que, de repente, se viu envolvido em uma trama repleta de perigos. Aliás, a dupla Tom Cruise e Emily Blunt fez bem o serviço de casa. Enquanto o ator mostra um protagonista não habituado ao perigo, a atriz conseguiu apresentar uma personagem com espírito de liderança e habilidade em combate, capaz de deixar muito guerreiro fodão parecendo a Fada Sininho. 


Emily Blunt, gostosa como sempre, entregou uma personagem audaz e decidida, mas ainda assim feminina. Qualquer nerd onanista fãs das guerreiras que aparecem na Heavy Metal Magazine não hesitaria em seguí-la na luta contra as forças do mal.

O filme também é pontuado com momentos de humor, mas sempre aplicados na hora certa.
De uma forma geral No Limite do Amanhã é um bom entretenimento e mesmo com um roteiro preso em cenas que se repetem, afinal, trata-se de um filme looping temporal, consegue estabelecer uma narrativa dinâmica e envolvente. Até mesmo o enredo episódico que lembra a estrutura de um jogo de video game é o menor dos males.

Recomendado para: Quem quer ver o casamento feliz entre O dia da Marmota e o Tropas Estelares.

Quanto vale:


PS: No Limite do Amanhã é baseado no romance ilustrado All You Need is Kill, de autoria de Hiroshi Sakurazaka. O romance foi lançado em 2004 e em janeiro de 2014 já foi adaptado para o formato mangá, desenhado por Takeshi Obata, o mesmo desenhista do Death Note.

Filme: No Limite do Amanhã
(Edge of Tomorrow)
Direção: Doug Liman
Ano de Lançamento: 2014
Tempo de Duração: 113 minutos
Gênero: Ação/Drama


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2 comentários

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29 de setembro de 2014 às 12:34 delete

Um ótimo filme. Embora não seja original em sua ideia, sua realização soa harmoniosa e divertida. Usa bem os aspectos da viagem do tempo, que apesar das repetições da trajetória do protagonista pudessem ser enjoativas, a montagem inteligente mantem o interesse do espectador bem nivelado. Uma das grandes surpresas da sci-fi deste ano.

abraço

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Ale
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3 de setembro de 2015 às 17:40 delete

A verdade era um bom filme, foi divertido eo Imax tem um claro valor acrescentado, eu gostei do enredo e muito boa ação. É altamente recomendável No Limite do Amanhã acho que é um dos melhores do gênero.

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