Colheita Maldita - Gênesis - Satélite Vertebral

E assim como o Hellraiser e outras franquias de terror, o filme Colheita Maldita, lançado em 1984, rendeu uma série de sequências que, na maioria das vezes, possuem a mesma relevância de uma buzina em um avião. Sim, pois quem em sã consciência poderá dar importância ou demonstrará algum resquício de empolgação para assistir a esse oitavo (!!) episódio?

Eu, que poderia estar a fazer coisa mais importante, como carpir um pátio ou até mesmo pensar sobre temas banais do cotidiano, tais como a dualidade da partícula-matéria em um universo causal, me prestei a assistir essa patacoada de proporções homéricas.

Esse Colheita Maldita - Genesis foge do estilo dos anteriores ao narrar um prelúdio acerca dos eventos do primeiro filme, que tinha Linda Hamilton no elenco e foi dirigido por Fritz Kierch. Dessa vez a história mostra um combatente do Vietnã que retorna para a sua cidade natal. Para o azar dele, o sujeito volta justamente no dia em que as crianças, movidas por fanatismo religioso, promovem o massacre dos adultos locais.

A premissa até que é boa, mas o diretor e roteirista Joel Soisson faz desandar a maionese ao dar um salto narrativo e mostrar um casal que, tempos depois, perambulam perdidos na região e se deparam com um garotinho dono de poderes sobrenaturais. Depois disso, tentar encontrar mais relações com os filmes anteriores dessa franquia é uma tarefa fadadaao fracasso.

E onde as crianças e a lavoura de milho entram nessa história? Bem… Esse é o questionamento que até agora estou a fazer, pois compreendo o louvável esforço de inovar a trama, mas tal mudança foi tão drástica diante da história original que isso confere ao diretor o prêmio de “como piorar algo que já estava ruim”.

Apenas um adendo: Em 2009 foi produzida uma refilmagem do primeiro longa-metragem. Apesar dos evidentes defeitos e de ter sido ignorado por boa parte da população terrestre, o remake teve ao menos colhões de manter o final pessimista e violento que o conto original do Stephen King apresenta, algo que nem mesmo o filme de 1984 teve.