Santa Fumaça!
Distintos senhores, aventureiros, cientistas e expectadores
em geral. Não importa a sua idade, raça, gênero ou credo: se o óleo das
engrenagens é tão vital para a sua existência quanto o sangue que percorre suas
veias, o seu lugar é aqui!
Nascido entre as décadas de 60 e 70, o gênero literário e
estético só seria reconhecido oficialmente quando o termo “steampunk” foi
cunhado, já na década de 80, para diferenciar os textos que investiam na
tecnologia à vapor do já estabelecido “cyberpunk”.
Assim como quaisquer outros subgêneros literários, as fronteiras do steampunk com os demais não são precisamente definidas. No entanto, há algumas características que aparecem na maioria dos textos steam:
- foco no retrofuturismo tecnológico, onde parte da tecnologia moderna pode ter surgido décadas ou séculos antes, enfocando, principalmente, os motores à vapor;
- distopia ou história alternativa: apesar de não ser, necessariamente, uma obrigação, a própria presença dos gadgets introduz um desenvolvimento histórico alternativo. Da mesma maneira, a distopia não está presente em boa parte das histórias steam, mas marcou a sua presença, principalmente na aurora do gênero;
- era vitoriana: boa parte da literatura steam aborda a era vitoriana (1837-1901), apesar de nem todos os textos focarem a Inglaterra neste período. Você pode encontrar histórias steam que se passam em qualquer lugar da Europa, nos Estados Unidos, China, nas estepes africanas, na Antártida ou até mesmo no Brasil. Não há limites precisos. Da mesma forma, vários autores tem explorado mundos steam em passados antigos ou futuros não definidos. (o meu conto “A Solução Final”, Antologia Excalibur, Ed. Draco, retrata os dias do Rei Arthur em um mundo steampunk);
- influências da literatura que surgiu entre o século XIX e XX: também não é uma necessidade, mas há muitos contos e romances que mistura o steam com elementos góticos, lovecraftianos, ocultistas ou relacionados aos textos de Poe;
E porque este gênero tem crescido no mundo?
Não há respostas precisas para este tipo de questão, até
mesmo porque, se houvesse, seríamos todos ricos. Meus dois cents partem da seguinte premissa: o steampunk aborda muito mais do que a literatura, os jogos
(eletrônicos ou não) ou filmes (raros). Estes elementos também existem em todos
os outros subgêneros da literatura de entretenimento. O que torna o steam diferente é a cultura (ou
contracultura) que permeia o ambiente. Os grupos de fãs que se reúnem não
discutem uma série ou uma sequência de livros ou filmes: eles
estão interessados em all that jazz.
Ou seja, em toda a cultura steampunk,
que envolve livros, contos, jogos, memorabilia, roupas, etiqueta, gadgets e uma
infinidade de outras coisas que definem um universo. E, ao contrário de
universos prontos , como Star Wars (que eu gosto, ok? Por favor, sem atirar
paus e pedras), o universo steam é
flexível o suficiente para abordar as mais diversas visões.
Você quer participar de listas de discussão sobre a
aplicação prática de máquinas à vapor em trens? Ok, vamos lá. Não, seu
interesse é nos gadgets utilizados pelos investigadores policiais para a
descoberta de crimes? Perfeito. Ou prefere trocar os trens por dirigíveis ou bicicletas
à vapor, ou mesmo entender os aspectos históricos se o motor a vapor tivesse
sido inventado na Austrália? Ou na África Subsariana? Ou mesmo em uma colônia
escondida no ártico?
Tudo é possível, o que permite múltiplas narrativas. É um
universo em expansão, no sentido mais interessante da palavra(e isso que nem
estamos falando do dieselpunk, decompunk, atompunk e sabe-se lá o que for
aparecer mais).
Interessado? Apareça na Livraria Athena no dia 30, as 15:30!
Estaremos debatendo sobre o steampunk lá!
Para finalizar, deixo um miniconto steampunk. Informações
após o conto:
Na verdade, ele é uma adaptação de um famoso microconto
sobre viagens no tempo. Procurei, procurei, procurei, mas não achei o original.
Se alguém souber, avisa que eu posto aqui!
A.Z.Cordenonsi
Pai, marido, escritor, professor universitário
Tem dois olhos divergentes e muito pouco tempo
página do autor - duncan garibaldi - facebook - twitter
Pai, marido, escritor, professor universitário
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