Após o advento da internet, a palavra “raridade” já não tem o mesmo peso que tinha em tempos de outrora. Se antes, para encontrar determinado longa-metragem o indivíduo tinha que ter o mesmo afinco que o Indiana Jones possui quando busca alguma quinquilharia, hoje, pelo contrário, basta uns cliques, boa vontade (leia-se conexão de internet) e até o filme mais esdrúxulo que a mente humana pode conceber aparecerá para você.
Foi assim que me deparei com esse Slave girls from beyond infinity, longa-metragem fuleiro e, com um certo apelo erótico, que até há alguns anos muitos afirmavam que era artigo raro.
Essa doideira, que aqui no Brasil recebeu o título de Rebelião nas Galáxias, é dirigido por um tal de Ken Dixon, o (ir)responsável por trás de atentados como os filmes Zombiethon e o The Erotic Adventures of Robinson Crusoé (!!!)
Slave Girls from Beyond Infinity é uma livre (e põe livre nisso!!) adaptação do conto The Most Dangerous Game, escrito por Richard Connel, autor que todo e qualquer nerd deveria, pelo menos, saber que existiu. Se a fonte literária original é séria e bem escrita, o filme, por sua vez, segue outro rumo e conta com uma sinopse tão cretina, mas tão cretina, que invariavelmente acaba por se tornar divertida.
Na trama, em uma galáxia distante, duas gurias prisioneiras rebelam-se e fogem da nave que iria levá-las a um planeta onde seriam escravas. Entretanto, a cabine da nave de emergência, de forma conveniente para o roteiro, cai em um estranho planeta habitado apenas pelo canastríssimo vilão Zed (Don Scribner), um caçador lunático que se diverte caçando seres humanos. É sério! Imagine um Jogos Vorazes dos pobres cujo único objetivo é mostrar aliens tão toscos que fariam corar até as produções nipônicas dos anos 80. Sim, imagine um The Running Man feito com um salário mínimo e que, no lugar do Arnold Schwarzenegger, há gurias donas de corpos voluptuosos cobertos por trajes que juntos não teceriam um lenço para assoar o nariz. Pois é, isso tudo é Slave Girls from beyond infinity.
A história acompanha as aventuras de Daria e Tisa, interpretadas (???) respectivamente pelas gostosas Elizabeth Kaitan e Cindy Beal. Ao lado de outra prisioneira chamada Shala (Brinke Stevens), elas terão a árdua missão de sobreviver a esse inóspito jogo de caça e caçador ao enfrentar robôs, mutantes, zumbis e toda a sorte de sandices que só um filme B consegue criar. E é impossível não rir ao perceber que o trio de atrizes parece encarar aquilo tudo com muita seriedade.
Lançado em 1987, o grande (talvez o único) atrativo dessa tranqueira é o seu caráter fetichista, pois se anos antes George Lucas atiçou a curiosidade de nerds onanistas da galáxia inteira ao mostrar a princesa Leia em trajes sumários acorrentada sob o domínio do Jabba, aqui Dixon foi mais além e fez um filme inteiro protagonizado por belas donzelas vestidas como se fossem participantes de um concurso de Miss Verão. Inclusive há cenas tórridas de nudez que aproximam o filme das famosas produções softcore.
De uma forma geral, Rebelião nas Galáxias não passa de um divertimento rasteiro, daquele tipo de produção trash que só pode ser assistida sem ser levada a sério.
Recomendado para: só para quem deseja assistir a uma ficção científica com cara de Cine Privé.
Título: Rebelião nas Galáxias
Diretor: Ken Dixon
Ano de lançamento: 1987
Tempo de duração: 80 minutos
Gênero: Ficção Científica/Erótico/Comédia (Involuntária)
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