Se eu ainda assisto esse
tipo de filme é porque mantenho uma expectativa recorrente de que
pra algo de tão pouco empolgante sinopse ser realizado, só pode ser
porque tem ideias além do que consta nas poucas linhas que o
resumem.
Também, trazer o cara da
moda Joseph Gordon-Levitt (do excelente “(500) Dias Com Ela”) só me faz querer acreditar que ele não aceitaria
qualquer filmeco sem ter visto nada que preste no roteiro.
Mas quando as primeiras
cenas de Perigo por Encomenda vão acontecendo, parece que
não, e que o filme do diretor David Koepp foi apenas mais um
engano consciente em que eu apostei.
É tudo bem feito, mas
isso não importa nada, porque a trama não apresenta um protagonista
carismático, ou um desafio que aparente ter real dificuldade.
Além disso, Perigo
por Encomenda é um longa-metragem protagonizado por mensageiros
ciclistas, o que faz com que
no geral todo mundo seja dono de frases querendo ser espertas e descoladas.
Mas não faz o filme
melhor.
Muito menos é o
amontoado de coincidências que faz com que sejam conhecidos ou
amigos a maioria das pessoas que se envolverão na entrega malfadada
do protagonista, e isso que os diálogos e estilo de filmagem
destacam a gigante cidade de Nova Iorque, além de que um personagem
chega a afirmar que a cidade “não é uma aldeia".
Fica uma impressão de
macete fácil de roteirista preguiçoso.
Ao usar esse recurso pra
incrementar o enredo, o cineasta enfim consegue tornar o personagem
Wilee (Joseph Gordon-Levitt) em algo além do piadista em
busca de liberdade das amarras de um emprego de escritório.
Além disso, o uso
constante de gadgets aliado a uma edição videoclíptica acelera a
historia rumo ao ponto em que o tal “perigo” do título torna-se
uma ameaça com algum efeito.
Então, mesmo os
coadjuvantes ganham função além de figuração, e o vilão
(Michael Shannon) ganha pontos pela canalhice e capacidade de ser mala sem alça.
Nada genial, mas vai
ficando divertido até que se torna de vez quando viram destaque as
sequências de perseguição e manobras ciclísticas que além de
muito bem coreografadas, são o tipo de ação desprovida de CG que
merece atenção, e não um mero amontoado de softwares futurísticos
criados especialmente pra mascarar furos de roteiro.
Na maior parte, Perigo
por Encomenda é o que foi decidido que ele seria. Medíocre, e moderadamente divertido.
É diversão rasteira com alguma cara de Sessão da Tarde (no tempo em que isso era uma forma
de elogio), pra assistir de novo se estiver passando na TV, e
abandonar a sessão durante o filme caso chegue visita em casa, sem prejudicar em nada sua
cinefilia.
Melhor um filme meio divertido
de 1h 30min, do que um “ousado” e puro hype épico de 2h 40min em
que o cara boceja, mas tem que ouvir que é maravilhoso pelos
significados que o diretor nem sabia que tinha filmado.
Perigo por Encomenda
(Premium Rush)
Direção: David Koepp
Duração: 91 minutos
Ano de produção:
2012
Gênero: Ação/ThrillerSign up here with your email
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