Pompeya


Da Argentina, bem pertinho de nós, veio o excelente filme Pompeya, produção lançada em 2010 e que, infelizmente, teve distribuição limitada e ficou restrita aos circuitos de festivais.É mesmo uma pena, visto que Pompeya, uma história de gângsters, compreende uma daquelas criativas tramas que utiliza a metalinguagem como artifício, virando de cabeça para baixo os clichês referentes aos famosos filmes de máfia.

Na história, um roteirista freelancer e um diretor planejam uma nova produção que aborda o conflito entre quadrilhas na capital Buenos Aires. E é dos diálogos e ideias desses dois sujeitos que o “filme dentro do filme” vai adquirindo forma. A partir daí já é possível absorver ali detalhes espertos, tais como algumas piadinhas que ironizam os estereótipos do subgênero gângster, doses generosas de violência e o mais surpreendente: sem parecer querer emular Quentin Tarantino, Robert Rodriguez e demais congêneres. 


O filme esquenta quando surge o conflito de ideias entre o roteirista e o diretor. A partir desse ponto a trama segue para um rumo completamente inesperado e se eu tecer mais alguns parágrafos a respeito disso serei crucificado por entregar um belo e inconveniente spoiler.

Enfim… Quem conduz com maestria essa trama metalinguística é a diretora Tamae Garateguy, que redigiu o roteiro em parceria com Diego Fleischer. Tamae, que é mais um nome do cinema latino-americano que deve ser seguido de perto, foi a co-diretora do premiado UPA! Una Película Argentina, lançado em 2006. Diante do que ela entregou em Pompeya, acredito eu que vale a pena aguardar o próximo trabalho dela, que é uma produção voltada para o horror chamada Mujer Lobo.



Recomendado para: Ver que máfia não combina só com sotaque italiano.


Título: Pompeya
Direção: Tamae Garateguy
Duração: 90 minutos
Ano de lançamento: 2010
Gênero: Policial/Ação
Previous
Next Post »