Eu
queria dizer que “filmes protagonizados por princesas” eram o
terreno natural da Disney, e ali eles não erram.
Mas eu
assisti antes deste “Frozen” o longa-metragem “Valente”
(2012), e nenhuma confiança permanece inabalável depois disso.
Apesar
disso, “Frozen” tinha as mesmas chances que qualquer um de
ser bem feito e emular as emoções certas pra criançada se divertir
nessa nova empreitada.
O
lance é aproveitar essas chances.
Porém,
pra soar minimamente novo nesse segmento, o cara tem que ter uma
dúzia ou mais de cartas na manga, senão é que nem o caso do
mencionado “Valente”, que se escorou no hype, que funciona
pra vender ingressos e garantir estatueta em premiações mais
xenófobas.
Em
“Frozen”, de cara o enfoque se divide entre as irmãs, e
lógico, princesas, Elsa (dublada no original pela
Idina Menzel) e Anna (Kristen Bell).
Uma
delas tem um segredo que lhe confere poderes a la Bob Drake, e
isso vai ser um problemão se cair nas graças dos súditos do reino de Arendelle.
Então,
segredo guardado, e uma separação entre as irmãs que sempre foram
amigas vai ser um elemento-dorsal no roteiro, que só acontece mesmo
quando ambas já estão pensando nas responsabilidades de adulto que
a posição hierárquica atribui.
A
direção da dupla Chris Buck e Jennifer Lee é das
mais acertadas. O humor, elementos fantásticos, e draminha funcionam em
harmonia, e especialmente a dicotomia na atenção que o roteiro
dedica a cada uma das gurias é capaz de não tornar tedioso assistir
mais uma historia similar.
Efeito
parecido tem a paixão súbita de uma das princesas, que vai contra o
que pareceria ser o casal típico nessas tramas, com o desajustado
sendo o par ideal da princesa.
Além
disso, o tom de aventura é onipresente, e há muita ação no filme,
que não abre mão dos números musicais, que pra quem não suporta, a melhor sugestão é nem começar a assistir o longa-metragem.
E somado a isso, tem os coadjuvantes de cartilha com função pré-definida e muito evidente a cada fala: Kristoff (Jonathan Groff), e o boneco de neve Olaf (Josh Gad).
E somado a isso, tem os coadjuvantes de cartilha com função pré-definida e muito evidente a cada fala: Kristoff (Jonathan Groff), e o boneco de neve Olaf (Josh Gad).
Claro
que dessa vez, a moral da historia retoma a simplicidade das
produções dos antigamentes, com menos crítica, e mais amizade e
similares. Não é problema nenhum, especialmente se lembrarmos que,
mesmo que pra um adulto isso não seja tão efetivo quanto um
paralelo social com os dias de hoje camuflado na trama (que nem o
também concorrente ao Oscar 2014 “Ernest & Celestine”
fez tão de maneira tão competente), esse é um filme pra crianças, e ser divertido durante a metragem já é o bastante, nesse caso.
No
mais, “Frozen” é aquele nível de perfeição na produção
que a gente nem se surpreende mais com esses blockbusters animados, e
até por isso com os acertos acima, mesmo que não traga muito de
novidade, é um dos exemplares divertidos e não-constrangedoramente comuns
que apareceram nas telas ultimamente.
Falta
bastante pra que o cinema de animação volte aos excessos de
inventividade que era quase tradição em seus arrasa-quarteirões,
mas tendo em vista o retrospecto recente, a Disney apresenta
consideráveis sinais de melhora.
Frozen: Uma Aventura
Congelante. Recomendado para: um breve olhar otimista com relação
aos filmes de contos de fadas.
Frozen: Uma
Aventura Congelante
(Frozen)
Direção:
Chris Buck, e Jennifer lee
Duração: 102
minutos
Ano de produção:
2013
Gênero:
Aventura/Fantasia
Confere NESSE LINK a crítica de outros indicados ao Oscar 2014.
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