Com
o tempo acaba parecendo que é meio pra cumprir tabela.
Porque,
de uma forma ou de outra, uma animação em stop-motion sempre tem
grandes chances de figurar entre os indicados ao Oscar.
Não
pra ganhar, é óbvio, o que faz perguntar porque algum filme que nem "Piratas Pirados" foi sequer considerado entre melhores do ano.
Pros seus realizadores é bom negócio, claro, pois garante visibilidade a mais.
Animações stop-motion, ao menos visualmente costumam ser muito legais, conforme o próprio estúdio Laika já demonstrou anteriormente em "Coraline" e "Paranorman", e volta com esse "Os Boxtrolls".
Pros seus realizadores é bom negócio, claro, pois garante visibilidade a mais.
Animações stop-motion, ao menos visualmente costumam ser muito legais, conforme o próprio estúdio Laika já demonstrou anteriormente em "Coraline" e "Paranorman", e volta com esse "Os Boxtrolls".
Bueno.
A
respeito de "Os
Boxtrolls",
dirigido pela dupla Graham Annable e Anthony Stacchi, trata-se de um longa-metragem
que adapta o universo literário criado por
Alan Snow no
livro "A
Gente é Monstro",
e que mostra uma sociedade do nação Ponte Queijo, a qual
convive com o medo e apavoro rotineiro pela existência dos tais
trolls vestidos com caixas, e nomeados com o que foi outrora o
produto contido nas caixas.
O
filme de imediato já afirma que as criaturas são horrendos
devoradores de seres humanos, e que devem ser exterminados.
Então,
claro, eles são legais.
Não
de hábitos muito aceitos pela alta sociedade local, mas com certeza
eles são gente-fina.
Mas
não são eles exatamente o personagem principal, o que teria alguma
ousadia, pelo fato de que eles não necessariamente "falam".
Porém,
quem conduz a história sobre descoberta, aprendizado e demais
valores morais que o filme busca passar, é o menino
Eggs (dublado no original pelo Isaac Hempstead Wright), que por
razões que o filme vai relatar, vive como se fosse um dos boxtrolls.
E
viveria numa boa, sem se incomodar com nada além de revirar
lixeiras, e ingerir insetos, não fosse pela presença do vilão Snatcher (Ben Kingsley), que tem por motivação
vital exterminar todos os trolls em caixas.
O
filme se mantém fiel a uma proposta inicial bem clara, com uma
galeria de personagens peculiares, uma interação divertida, e uma
preocupação maior em tratar da ligação paternal entre
personagens, e da busca por aceitação das diferenças.
Esse
viés sobre paternidade é pro protagonista sobre se aceitar humano
por ser filho biológico de um pai humano, enquanto se sente
plenamente identificado com o troll que o criou.
Enquanto
pra Winnie (Elle Fanning), a guria esperta que é a impetuosidade que falta
a ele, o problema é com a ausência do pai obcecado por queijos e
status social.
O
drama dela, aliás, é um que perdura mais desconfortável. Porque se
no caso do menino é bem fácil adivinhar vários desdobramentos do
que lhe diz respeito, no caso dela a questão aparenta não ter
solução nenhuma.
Na
descrição quem sabe transmita um ar infantil e simplório, mas com
certeza existe uma camada a mais que os trabalhos anteriores da
produtora já mostraram ser uma característica.
Então,
ao mesmo tempo em que é a fábula moral pra crianças e adultos, é
um filme envolto em uma atmosfera sombria.
Por
isso, caso sua primeira impressão diante da escolha de narrar uma
história com criaturas que eram pra ser horríveis, mas são legais,
o tenha levado a comparar com algum Shrek,
é porque sua opinião sobre "Os
Boxtrolls"
ainda vai mudar um tanto ao longo da trama.
"Os
Boxtrolls"
conta com aquele apuro técnico cheio de atrativos quanto a
movimentação e cenas mais dinâmicas, e inclusive tem na sua cena
durante os créditos algo relacionado a isso que é mesmo muito
massa.
Ainda
que bem longe de ser o melhor da Laika Entertainment, o filme tem seus méritos, e coragem de assumir alguns riscos.
Bem
narrado, ainda que tenha alguma previsibilidade de tanto em tanto, é
das animações uma das mais interessantes especialmente por não se
restringir ao que é apelo certo pra ser uma forma descompromissada
de acumular dólares.
Quanto
vale:
Os
Boxtrolls. Recomendado para:
adultos e crianças, o que é quase um sub-gênero de cinema de
animação.
Os
Boxtrolls
(The Boxtrolls)
Direção: Graham Annable e Anthony Stacchi
Duração: 96 minutos
Ano
de produção: 2014
Gênero:
Aventura/Comédia
A crítica de uns quantos outros indicados ao Oscar 2015, confere NESSE LINK.
A crítica de uns quantos outros indicados ao Oscar 2015, confere NESSE LINK.
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