E portanto era hora de falar do que é relevante.
Pois bem, reza a lenda que em tempos pretéritos, em um Blog não muito distante, havia uma lista, mal-falada e temida pelos continentes, contendo aqueles filmes que de tão desnecessários, acabaram por ser lembrados ao fim de mais uma temporada cinematográfica.
Eras depois, Blog novo, a tal lista estreia no Satélite Vertebral em duas partes, relatando o que houve de não necessariamente pior (mas também o pior, claro), porém principalmente o que houve de mais decepcionante no 2012 que se foi.
Assim sendo, regozigem, concordem ou discordem, ao ler quais foram os Filmes que não valeram o tempo de metragem que me fizeram gastar:
Quem aqui não assistiu o filme Robin Hood?
Aquela versão do Riddley Scott, em que o título seria
Nottinghan, e apresentaria de maneira ousada o ponto de vista do Xerife
vilão de todas as outras versões da história do ladrão dos ricos e benfeitor
dos pobres, mas que acabou mudando tantas vezes o seu planejamento até virar um
filme corriqueiro e comercial, abandonando as pretensões de obra baseada em
pesquisas e elementos dispostos a conferir realismo pra se tornar só mais um
medíocre filme qualquer?
Pois bem. Prometheus é o mesmo diretor fazendo a mesma
coisa.
Prometheus seria o audacioso sci-fi do responsável por Alien:
O Oitavo Passageiro, e Blade Runner, mas que não revisitaria nada de
sua filmografia longínqua de maneira oportunista, e que criaria um novo
e inventivo universo ficcional.
Mas quem diria, após muito modificar suas ideias, foi aos poucos sendo meramente um prequel de Alien, e que nos engana com um discurso metido a realista, que rapidamente é substituído por um filme C de terror espacial, de correria e clichês em profusão, e os personagens mais burros com os quais 2012 nos brindou.
Mas quem diria, após muito modificar suas ideias, foi aos poucos sendo meramente um prequel de Alien, e que nos engana com um discurso metido a realista, que rapidamente é substituído por um filme C de terror espacial, de correria e clichês em profusão, e os personagens mais burros com os quais 2012 nos brindou.
É evidente que o visual é caprichadíssimo e Michael
Fassbender novamente se destaca.
Agora, outra qualidade eu admito que não encontrei.
4. Rec 3: Genesis
Não é que eu esperasse muito dessa sequência/prequel.
Não é que eu esperasse muito dessa sequência/prequel.
Mas acontece que a franquia Rec, iniciada por Jaume Balagueró e
Paco Plaza teve sim seus méritos, e ao
menos manter os diretores ligados ao controle em cinepisódios posteriores
trazia algum motivo pra ao menos assistir.
Acontece que, mesmo com essa expectativa rasa, o
trabalho do diretor Paco Plaza não conseguiu nem ao menos aquele elogio
de ser trash a ponto de ser bom no terceiro filme.
Claro. Existem aqueles dois caminhos pra quem consegue um
sucesso que nem foi o primeiro Rec: juntar todo dinheiro possível com o filme e preservar o
reconhecimento do público para um projeto diferente no futuro, ou arrastar a
franquia enquanto conseguir uns trocos a mais, e liquidando gradativamente
qualquer possibilidade de alguém mencionar suas obras sem ser pra falar mal.
Os caras escolheram errado, na minha opinião.
3. Filha do Mal
Pelo interesse em me manter em dia com algum filme de terror sem pretensão de mudar ou criar nada, e apenas em divertir às vezes pelos defeitos visuais, que eu assisti esse filme do diretor William Brent Bell.
Pelo interesse em me manter em dia com algum filme de terror sem pretensão de mudar ou criar nada, e apenas em divertir às vezes pelos defeitos visuais, que eu assisti esse filme do diretor William Brent Bell.
Então, o cineasta, sem valorizar minha consideração em
conferir esse seu trabalho, regurgita esse quase-filme sem pé nem cabeça,
escorado em obviedade, sem qualquer clima de terror nem nada, e privando o
espectador até mesmo de rir dos equívocos de seu longa-metragem.
É tão constrangedoramente ruim, que só não é pior porque não
se esperava que fosse grandes coisas mesmo.
Ainda assim, é um desperdício de tempo notável.
Por mais que a moda dos filme de quadrinhos não impeça que
eventualmente ocorram umas cagadas fílmicas, existem aqueles que ficam na
lembrança pela superação.
E se no exemplo do Justiceiro da Marvel a
trajetória do personagem tenha resultado em tantos pontos negativos, ao menos
no seu derradeiro filme houve alguma aproximação com o clima das HQs, o que o
deixa em um patamar acima deste seu outro colega anti-heróico dos quadrinhos,
que parece não ter sido apenas amaldiçoado a incendiar a cara.
O Motoqueiro Fantasma não somente foi vítima de Mark
Steven Johnson (que já tinha violado o Demolidor no longa-metragem
de 2003), mas também teria que amargar a direção de Mark Neveldine e
Brian Taylor em sua
jornada por ganhar dinheiro pra pagar o aluguel.
Assim, em 2012 a calamidade tomaria a forma de uma hora e
meia de suplício, contando com Nicolas Cage e a participação ilustre de Christopher
Lambert, tendo a importância de ressaltar ainda mais, pelo contraste, o
quanto Joss Whedon entendeu as tais adaptações de quadrinhos pro cinema.
Tenho muitos elogios a fazer ao Batman idealizado por
Christopher Nolan.
Sua visão do morcego de Gotham trouxe
novo fôlego ao cinema de HQs, com elementos do cinema policial, e uma abordagem
sombria, que se não era novidade nas adaptações de quadrinhos que pra quem
lembra tiveram sua retomada com Blade, e X-Men de Bryan Singer,
conseguiu consolidar um viés diferente da aproximação com os aspectos fantásticos
dos super-heróis nas páginas, alternativa do Marvel Studios.
Nolan é digno de parabéns, com certeza.
Mas em “O Cavaleiro das Trevas Ressurge” ele soreteou
com vontade.
Não se limitando a um roteiro pretensioso que fica à altura de qualquer história
ruim do personagem que algum de vocês leu nas HQs, ele acreditou que o estúdio
faria o que ele quisesse, e gravou um pseudo-épico de 4 horas, só pra
ver o mesmo ser recortado resultando em um ridículo filme de 2 horas e muito, que não
conta nada direito, e busca sua redenção na ingenuidade do público que avalia
filmes pela chamada que vem no cartaz.
Então, se foi dito que esse é o melhor filme de todos os
tempos, cabe a quem assiste sair repetindo isso
após assistir o Homem-Morcego mais trapalhão, trollável e fraco propiciado pelo
cinema, envolto em uma trama sem cabimento de uma dupla de vilões sem capacidade
nem de morrer de maneira digna no tedioso e mal editado
muitolonga-metragem.
A quem apetece, compre a ideia de socos milagrosos em
prisões das quais uma criança poderia escapar, e o ar cult dos finais em aberto
e reviravoltas em nomes de batismo camuflados só pra parecer que o cineasta
tinha ideias demais pra um filme só.
Agora, a quem isso não convenceu, resta a lembrança da maior
decepção do cinema em 2012.
Menção Honrosa:
Piranha 3DD
Eu não sei bem porque, mas eu tenho o hábito de assistir qualquer obra audiovisual que alguém me empresta.
Eu não sei bem porque, mas eu tenho o hábito de assistir qualquer obra audiovisual que alguém me empresta.
Acredito que sempre posso aprender algo sobre a sétima arte
mesmo com filmes ruins.
Mas tem vezes em que se trata de exemplos tão absurdamente
lamentáveis que parece que eu fui trollado ao aceitar o empréstimo.
Tá certo que eu sabia não se tratar de um estudo sobre a
psique humana essa sequência do filme de John Gulager.
Mas ao menos esperava que, da mesma forma que eu consegui
rir de filmes tão trash que fariam Hobo With a Shotgun parecer Cidadão
Kane, seria justo nutrir uma esperança de que Piranha 3DD não fosse tão
ofensivamente um lixo.
Não apenas eu me enganei, mas também fiquei me questionando
o que havia (e se havia) no cérebro de quem o dirigiu.
A propósito, ele não se encontra na lista oficial por estar abaixo do patamar "Filme ruim".Seria uma ofensa chamar de filme.
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