A Fantasia na Música: Avantasia

Este é o primeiro post de uma série que, se Odin permitir, vai apresentar algumas bandas que provavelmente gastaram bastante tempo lendo Senhor dos Anéis no passado. Como tive a honra de iniciar, escolhi um dos conjuntos musicais que mais venho escutando nos últimos tempos, a banda Avantasia.



Se você tem alguma dúvida do estilo, Avantasia é heavy metal. Para os não confortáveis com esta vertente do rock, aqui os guitarristas são ídolos, os vocalistas se puxam nos agudos e qualquer coisa gera uma letra de música épica ou apocalíptica. Resumindo: não tem como não curtir. Avantasia também se caracteriza por ser uma Ópera: suas letras contam uma história que existe dentro de um contexto, contando geralmente com elementos da músicla clássica e algum apelo visual. Uma das coisas mais legais são os convidados de cada cd, que interpretam personagens diferentes.



Avantasia foi criada em 1999 por Tobias Sammet, vocalista e compositor da banda Edguy. Seu nome é a junção de Avalon (Rei Arthur) com Fantasia (A História Sem Fim). A banda alemã nasceu como um projeto musical de Metal Opera, e dura até hoje, tendo seu último álbum lançado em março de 2013.

Tá, mas onde que entra a fantasia na história? Em toda parte. Os dois primeiros álbuns são intitulados The Metal Opera, com a parte um saindo em 2001 e a parte dois em 2002. A história poderia estar em qualquer livro: Gabriel Laymenn é um monge que se vê tentando ajudar sua irmã a fugir da acusação de bruxaria. Ao ser preso, um velho que se apresenta como um druida oferece sua ajuda para resgatar sua irmã, contanto que Gabriel ajude a salvar o reino mágico de Avantasia, que corre grande perigo. Depois de muito sofrimento, o jovem noviço consegue impedir o rompimento da conexão entre Avantasia e o mundo convencional ao enfrentar o Papa Clementino VII. No segundo álbum, Gabriel parte para Roma, para enfrentar uma visão que teve quando foi procurar conhecimento na Árvore da Vida. Após tudo isso, o druida cumpre sua promessa e ambos partem para salvar a irmã do monge.




(pra quem se interessou pela história, recomendo escutar ambos os álbuns - no youtube ou onde preferir - e conferir as letras traduzidas. Um bom link para isso é o Whiplash: parte 1 e parte 2.)

Após a Metal Opera, o Avantasia lançou sua nova iniciativa, a triologia de álbuns The Scarecrown - The Wicked Symphony - Angel of Babylon, chamados de The Wicked Triology, contando desta vez a história de uma criatura solitária e emocionalmente isolada que parte em uma jornada de auto-conhecimento. Apesar do enredo ficar atrás dos álbuns anteriores, confesso que o segundo cd da triologia é o meu preferido da banda.





Por fim, a banda lançou outro álbum este ano, chamado The Mistery of Time, que conta a história de um cientista na era Vitoriana que é forçado a encarar suas crenças espirituais ao se ver dividido entre Deus e a ciência. Foi o álbum que musicalmente menos me atraiu, tanto que nem fui atrás dos detalhes do enredo. Mas de maneira alguma é de má qualidade, apenas destoa bastante dos outros trabalhos da banda.

O conceito de Rock Ópera é recorrente dentro do rock, com exemplos famosos vindos do The Who, Dream Theater e até mesmo de bandas punk como o Green Day. Dentro do Heavy Metal é relativamente comum existirem álbuns conceituais tratando de uma história fechada. Avantasia se destacou não só pelo seu cuidado nos enredos e pela qualidade técnica de seu vocalista e líder, mas também pela produção caprichada, contando com diversos artistas famosos para interpretar os personagens, como o brasileiro André Matos (Viper, Angra, Shaman) no primeiro cd.

Para quem se interessou, deixo o link de um show recente do Avantasia.






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