The mediator between head and hands must be the heart


Quando o guitarrista e vocalista Max proferiu aos quatro ventos que o “Sepultura sem os irmãos Cavalera é como o MEGADETH sem DAVE MUSTAINE”, comentários de fãs contra e a favor a essa sentença pipocaram nas redes sociais com a mesma velocidade das palhetadas do Andreas Kisser tocando Sympthon of the Universe.

O fato é que com ou sem os irmãos Cavalera, o Sepultura ainda continua na ativa e, para o bem e para o mal, lançaram um álbum digno de nota: The mediator between head and hands must be the heart.

O título quilométrico, baseado em uma frase do filme clássico Metropolis (isso mesmo, aquela ficção distópica dirigida pelo Fritz Lang e lançada em 1936), mostra uma banda coesa e com um único e singelo objetivo: fazer música para chacoalhar miolos.

Metropolis

O álbum, que marca a estreia do baterista Eloy Casagrande, varia entre canções rápidas, outros com bateria mais cadenciada e até alguns resquícios modernosos que vão fazer os fãs mais ranhetas taparem os ouvidos, mas justiça feita: todas as faixas mantém um peso necessário ao estilo, dotadas de letras que ora criticam o individualismo consumista, ora detonam a uniformização comportamental das pessoas. Viram como não é à toa a referência ao Metropolis?

Logo de cara o disco apresenta Trauma of War, um legítimo petardo sonoro com um riff certeiro. The Vatican, por sua vez, possui uma introdução de teclado composta  pelo maestro Renato Zanuto.
The Bliss of Ignorants é outra faixa que merece destaque, pois mantém a agressividade do disco, mas aliada a elementos percursivos.

Já canção Grief é marcada pela versatilidade do vocalista Derrick Green, que mostra competência ao emular vocais mais limpos.

É impossível deixar de comentar também faixas como Obsessed e Da lama ao caos, a primeira com participação especial do baterista Dave Lombardo (ex-Slayer e ex-Testament) e a segunda, um cover do Chico Science & Nação Zumbi.

De uma forma geral, esse álbum, produzido Ross Robinson (que foi produtor do álbum Roots em 1996), ainda mantém o Sepultura relevante em um gênero no qual, muitas vezes, várias bandas parecem fazer música seguindo uma receita de bolo.

Recomendado para: Todo e qualquer fã ciente de que o Sepultura não vai passar a vida inteira "tocando o Arise".


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