RETROSPECTIVA 2013: UM GRANDE ANO PARA OS QUADRINHOS

Não há como negar que 2013 foi um GRANDE ano para os fãs de quadrinhos no Brasil. Desde grandes lançamentos internacionais e republicações, passando pelo cenário dos quadrinhos internacionais, o bom momento dos últimos anos parece não estar perto de terminar. Dedico um post no blog, então, para elencar o que de melhor chegou até meus olhos. Ressalto que é humanamente (e financeiramente) impossível  ler tudo que foi publicado, por isso já peço desculpas por possíveis omissões.

Acho que meu primeiro destaque vai pelos encadernados republicados neste ano. Quem é fã de Neil Gaiman pode lotar sua estante de obras como Os Livros Da Magia, Orquídea Negra, O Que Aconteceu Ao Cavaleiro Das Trevas?, Sandman Edição Definitiva e Dias De Meia Noite. Já pros fãs do mago barbudo Alan Moore, foram republicados A Piada Mortal e O Que Aconteceu Ao Homem de Aço? (mesma coisa que pensei depois que vi o filme, aliás). 


Um encadernado que agrega valor à sua estante

Frank Miller, que já foi um grande escritor (e hoje só publica merda), também teve relançado a clássica O Cavaleiro das Trevas e Batman: Ano Um. Agora, se você ver em alguma livraria a sua última obra intitulada Holy Terror, fuja como o diabo foge da cruz. Para a minha alegria, no final do ano Planetary começou a ser relançado em encadernados mais simples. Não me importo, é Planetary, compra certa. 

Nos quadrinhos internacionais, duas obras merecem meu registro. A primeira foi Demolidor: Fim dos Dias, um grande thriller noir cheio de reviravoltas. Bendis soube construir uma trama cheia de tensão, que se aproveitasse de todo o rico universo do personagem. A outra obra é, quem diria, a megassaga Infinito, que se extendeu pelos títulos dos Vingadores e Novos Vingadores. Depois da minha decepção com Vingadores Vs X-Men em 2012 e A Era de Ultron no começo de 2013, Hickman me surpreendeu com uma trama de proporções cósmicas, colocando o maior grupo da editora para participar de uma guerra no espaço ao lado de todas as raças do universo, enquanto Thanos aproveitava a ausência dos maiores heróis da Terra para tomar o planeta. Me agrada muito a forma como o autor escreve seus trabalhos, apresentando conceitos e ideias que se encaixam no fim, construindo um clímax grandioso. Pretensioso, sim, mas grandioso.

Desde Guerra Civil que eu não lia uma megassaga tão boa

Outra série internacional que acompanho e que me agradou em 2013 foi Walking Dead. Quando parecia que já tinha perdido o ritmo, Kirckman conseguiu injetar um ânimo novo com o personagem Negan e seus Salvadores, uma milícia que extorque mantimentos das comunidades em troca de proteção (deles mesmo). Destaque para o arco de 12 partes chamado All Out War, que pela primeira vez é quinzenal, e teve início em outubro e previsão de término para abril de 2014, onde todas as comunidades de sobreviventes entram em guerra.

Uma série que chamou minha atenção foi O Inescrito. Lançada em janeiro pela Panini (sob o selo Vertigo), brinca muito bem com conceitos de metalinguagem e elementos de literatura clássica (estrangeira), se aproveitado disso em um enredo que questiona o papel e o poder das palavras no mundo real. Não é uma obra pra se ler no banheiro, já que exige um pouco mais de atenção.

Não, não é o Harry Potter nem o garoto da primeira foto do post

Foi um ótimo ano pros quadrinhos nacionais. Se tivesse que apontar apenas um destaque de 2013, iria escolher a série Graphic MSP. Só neste ano tivemos o privilégio de poder ler as ótimas Turma da Mônica - Laços, Chico Bento - Pavor Espaciar e Piteco - Ingá (review em breve). Confesso que, quando li Astronauta - Magnetar em 2012, tive minhas dúvidas se todas as obras iriam manter o padrão de qualidade. Ainda bem que minha preocupação foi em vão. Meu grande destaque vai para Laços, pelo roteiro caprichado, ficando um pouco a frente das outras. 

Bom, pra não ficar só nos destaques positivos, foi um péssimo ano para os filmes de quadrinhos. Homem de Ferro 3, na minha visão, não foi a desgraça que todos pintam. Foi sim um filme que poderia ter tido um clímax menos broxante, mas conseguiu me divertir durante toda sua duração. Inclusive adorei a sacada com o Mandarim, não achei que tivessem coragem para fazer algo do tipo. O fato de ter sido o primeiro filme da Marvel após o sucesso que foi os Vingadores contribuiu para levar as expectativas acima do que um filme do Homem de Ferro já as coloca. Não foi ruim, mas claramente dava pra ter sido muito melhor.

A verdadeira heroína do filme

Julho nos trouxe Wolverine - Imortal e Homem de Aço que, sinceramente, era melhor ter ido ver o filme do Pelé. Wolverine até capricha nas cenas de ação, mas só de lembrar o vilão final e as suas motivações...não venha me dizer que "são quadrinhos, dá pra relevar", porque ser leitor de quadrinhos não significa aceitar qualquer remedo de roteiro. Homem de Aço seria até um filme interessante se fosse um personagem novo, já que não tem nada de Superman ali. O que tem é um cara que tira as pessoas do caminho pra poder brincar de destruir a cidade junto ao seu colega alienígena, e no final faz aquilo porque "o Superman atual reflete a violência do mundo em que vivemos - eu eu gosto de heróis com cara de mal". Parece que os anos 90 dos quadrinhos estão querendo ressurgir nos cinemas. E isso de forma alguma é algo bom.

Por fim, Thor- O Mundo Sombrio conseguiu ficar um pouco acima da média e entregar um filme bem honesto a sua proposta - e com ótimas cenas de ação. Não achei nada de espetacular, com algumas justificativas de roteiro bem fracas, mas melhor que o seu corrido antecessor. Destaque total para o Loki, que roubou a cena.

Sua cena final foi um dos melhores momentos do cinema Marvel

E sobre 2013 era isso. Fica então a expectativa de que 2014 mantenha esse bom momento de relançamentos e produções originais, e de que o cinema de quadrinhos nos traga mais alegrias.


Previous
Next Post »