Top 5: As surpresas positivas de 2013


E no último dia de 2013, aos quarenta e cinco minutos do segundo tempo desse ano que se despede, eu entrego aos leitores um breve parecer sobre o que me surpreendeu positivamente em se tratando de, obviamente, cultura pop, que é o cerne desse blogue. Para isso selecionei cinco tópicos que correspondem a cinco mídias distintas: um livro, uma HQ, um CD, um filme e uma série de TV. Ressalto, porém, que nem tudo citado no presente texto foi lançado em 2013, porém marcam presença porque foi justamente em 2013 que eu entrei em contato com tais obras (antes tarde do que nunca, não é mesmo?)


Quando o assunto é literatura, por exemplo, o livro que me fisgou foi Os Bórgias, escrito por Mario Puzo e lançado em 2001. O romance, descrito de forma fluída e concisa, narra a vida do Cardeal Rodrigo Bórgia e da sua família, tudo gente “boa”, capazes de fazerem coisas que até Deus duvida para conquistar prestígio e poder. A vida dos Bórgias também é tema de uma excelente história em quadrinhos concebida pelos mestres Alejandro Jodorowsky e Milo Manara.

O livro, escrito pelo mesmo cidadão que escreveu o romance que serviu de base para o filme O Poderoso Chefão, alia dados verídicos e eventos ficcionais acerca de Rodrigo e sua família.
No campo das HQs eu me surpreendi com The Boys, uma publicação de super heróis, mas não aqueles seres poderosos usuais que constituem o panteão das gigantes Marvel/DC, e sim, super heróis idealizados sob a visão depravada e sarcástica do escritor irlandês Garth Ennis


Se mostrar super heróis de forma estereotipada já está saturado, a abordagem “humanizada” dos mesmos também já apresenta um certo desgaste. Ennis, por sua vez, corajosamente trabalha essas duas facetas em tramas repletas de perfídia, violência, putaria e o que é mais legal: tudo isso unido por diálogos excelentes e roteiros costurados com precisão cirúrgica.
The Boys foi lançada em 2006 e originalmente foi publicada pela Wildstorm, mais tarde, quem pegou a bronca foi a Dynamite.

Na área musical, para mim o destaque foi um CD lançado em 2013 por uma banda que veio ao mundo no século passado. Sim, os dinossauros do Black Sabbath retornaram aos estúdios e aos palcos e lançaram 13, CD que me surpreendeu por mostrar que os velhinhos não desaprenderam a fazer heavy metal. E justamente, por terem sido para o rock o mesmo que o Moisés foi para o Mar Vermelho, um divisor de águas, Ozzy e os seus asseclas não perderam tempo tentando reinventar a roda. Eles simplesmente fizeram o que durante décadas sempre fizeram: música pesada.


Quando o assunto é cinema, na minha opinião 2013 saiu com o filme queimado. Poucas produções realmente me impressionaram, mas confesso que me surpreendi de forma positiva com um filme de terror que nada mais é que um remake de um recente longa-metragem mexicano. Justamente eu, que tenho uma certa ojeriza a refilmagens, cedi aos encantos de Somos o que somos, lançado em 2013 e dirigido por Jim Mickle. Na trama, um rigoroso pai de família cria os seus filhos sob os sagrados mantos do cristianismo. Até aí, nada de estranho. O problema são os rituais realizados por esse clã.

O longa-metragem me surpreendeu justamente porque eu não esperava nada dele. No entanto, o diretor soube ir de uma trama arrastada e reflexiva para um clímax perturbador de forma deveras eficiente.

O que saiu da TV e me impressionou foi Black Mirror, um seriado britânico que, por meio de um realismo fantástico temperado com toques de Twilight Zone e Tales of the Unexpected, aborda questões sombrias envolvendo tecnologias como redes sociais, smartphones e demais bugigangas do nosso cotidiano. A série, criada pelo jornalista Charlie Brooker em 2011, ainda que mantenha uma linha narrativa séria, apresenta um subtexto dotado de uma ironia fina e inteligente.

Cena de Black Mirror

E agora resta esperar o que os 365 dias de 2014 irão trazer para o mundo nerd.
Previous
Next Post »