Antes de ficar famoso, pelo menos entre os apreciadores de canções recheadas de distorções pesadas e berros infernais, o falecido baixista e vocalista do Type O’ Negative, Peter Steele, foi integrante do não menos barulhento Carnivore, quarteto de Thrash Metal que atazanou os ouvidos mais incautos durante a década de 80.
Ao contrário do Type, o Carnivore era adepto de poucos experimentalismos, raramente privilegiava os riffs “devagar quase parando” e nem mesmo havia um tecladista para dar uma atmosfera diferenciada na sonoridade. O Carnivore, que lançou apenas dois discos, seguia mesmo era a cartilha básica do Thrash Metal, com baixo, guitarra e bateria destilando petardos sonoros como se não houvesse amanhã.
Eu apenas recentemente parei para escutar o excelente trabalho de estreia, lançado em 1985 e levava apenas o nome da banda. O que pode ser verificado ali não era muito diferente do que Slayer, Metallica e outros adeptos da barulheira faziam, mas o som tinha sim uma identidade própria e até um orangotango com deficiência auditiva poderia identificar logo de primeira como o Carnivore soava.
As letras, permeadas por críticas corrosivas a política e a religião, refletiam a situação da época e também abordavam temas pós-apocalípticos. Aliás, convenhamos, nos anos 80 o tema “fim do mundo” era querido até mesmo pelo cinema de gênero italiano!!
Destaco as faixas Predator, Male Supremacy, God is Dead e World Wars III and IV.
Recomendado para: Apreciadores da mais violenta e desgracenta música oriunda dos anos 80.
Making-off Sangriento
Não basta os argentinos terem o Messi, eles ainda possuem a capacidade (e a ousadia) de cometerem um filme divertidíssimo como esse Making-Off Sangriento. Mérito para o cinema da Argentina que, já não é de hoje, mostra lampejos de criatividade em vários segmentos.
Produzida e dirigida de forma inspirada pelos irmãos Quintana, essa trama amalucada é uma sátira aos filmes slasher. É óbvio que tirar sarro desse subgênero já virou rotina, tanto que quando vejo um filme novo com essa proposta logo vem à minha mente aquela sensação de piadinha contada pela milésima vez. No entanto, a sagacidade dos diretores se deve ao fato de que essa piadinha dessa vez foi contada por meio de uma interessante narrativa metalinguística.
Na trama, um grupo de estudantes de cinema almejam fazer um filme de terror. Como os pretensos cineastas são desprovidos de grandes orçamentos, contratam um ator que, ninguém sabe, é um serial killer apto para interpretar o assassino na história.
Mais do que brincar com o subgênero, esse longa-metragem tira um sarro legal dos estudantes de cinema, mais especificamente, daqueles que possuem o enfadonho perfil de cinéfilo cult.
Esse longa-metragem conta também com a participação de Valentín Javier Diment que, além de atuar, também é co-roteirista. Valentín também é cineasta e já dirigiu o comentado A Memória do Morto, outra produção que já tem presença garantida na lista de 1001 filmes que ainda pretendo assistir antes de bater as botas.
Recomendado para: Aqueles que acham que um set de filmagem pode ser literalmente “um filme de terror”.
Direção: Gonzalo e Hernán Quintana
Ano de Produção: 2012
Gênero: Comédia, Terror
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