Os Croods (2013)



É sem enrolação que é apresentado o charme da família pré-histórica, nova investida da Dreamworks no cinema de animação.
Um breve prólogo emulando um estilo de animação mais tradicional conta o que é preciso saber, já deixando as portas abertas pra relatar o conto moral que será o filme.


Os diretores Chris Sanders e Kirk De Micco entendem bem da cartilha, e sabem conciliar essa apresentação de personagens com as cenas dinâmicas exigidas pra ganhar apreço do público infantil, que na certa é público-alvo da produção.

Então, até por isso faz muito sentido a sequência de caça envolvendo os protagonistas, que em época de aceitação plena de super-herois nos cinemas, demonstram ser bem mais fortes e ágeis do que qualquer outra representação dos povos desse período já vista.
Ainda que já esteja aí um problema que será reincidente no filme.
Afinal, é impossível não lembrar de "Era do Gelo" (o primeiro filme), com a mesma aproximação com uma partida de futebol americano, com o grande diferencial de serem turbinadas as habilidades esportivas dos times em “Os Croods”.
Outro comparativo (esse mais subjetivo) é com o longa-metragem “Valente”, da Disney, devido à sua protagonista.
A filha mais velha da família CroodEep (dublada no áudio original pela Emma Stone), é impetuosidade até dizer chega, e de certo modo, é toda a força (não apenas física) que acabou mais no discurso do Estúdio no que se refere à princesa de cabelos ruivos da Disney.


Tudo na animação de "Os Croods" é fluidez e dinamismo extremo, e sempre aproveitando pra dizer um pouco mais sobre a personalidade e função dos integrantes da família.
Afinal, essa família Buscapé da pré-História não vai tomar muito tempo de filme pra ser apresentada, pois, nem é tanto na família em sua totalidade o foco principal do roteiro.
Com a chegada do personagem Guy (dublado pelo Ryan Reynolds), sua personalidade e inventividade vão ser a peça de transição na vida da Eep.
Isso pois o medo, relacionado a tudo que é novo, e que é parte da retórica do Grug, patriarca da família Crood (dublado pelo Nicolas Cage), é a grande barreira a ser vencida.
A partir daí, o enredo trata de criar situações pra demonstrar o quão retrógrado é o pensamento dele, especialmente com o contraponto de Guy ali, agindo de maneira espertalhona, e claro, chamando atenção da aos poucos mais coadjuvante protagonista.
Nada que tire a diversão da sessão.
Mas tira a força da historia.
O que começa impressionante o bastante pra que as similaridades com outros filmes fiquem em segundo plano, logo enfraquece e deixa essas limitações mais visíveis.


Mesmo sabendo que é um filme voltado ao público infantil, até pelo fato de um dos diretores ser responsável por trazer um dos melhores longa-metragens de animação-pipoca dos últimos tempos, não se pode negar que "Os Croods" é sim bem mais comum do que o já referencial “Como Treinar Seu Dragão” (do próprio Chris Sanders), com a medida certa de drama, ação, humor, e moral da historia.
"Os Croods" repete a fórmula de "Detona Ralph" ao partir de uma estrutura já existente, sendo divertidos, e com vários momentos engraçados em grande parte da metragem, além de inclusive personagens que emulam outras produções, pra em diferente contexto (com algumas ideias novas na embalagem) buscar construir algo diferente. 
Mas pra quem estiver atento, nem tão diferente assim.


Quanto vale: 

Os Croods. Recomendado para: um What If ... Família Buscapé+Era do Gelo+Os Incríveis

Os Croods
(The Croods)
Direção: Chris Sanders e Kirk De Micco 
Duração: 98 minutos
Ano de produção: 2013
Gênero: Comédia/Aventura

Confere NESSE LINK  a crítica de outros indicados ao Oscar 2014.


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