Planeta Hulk é uma animação da Marvel Animations (2010)
baseada na série de mesmo nome que estreou nos quadrinhos em 2005. Tanto a
série em quadrinhos quanto o filme não são recomendados para crianças.
Decapitações e mortes em profusão dão um tom mais pesado ao filme, que conta
uma das histórias mais interessantes do gigante esmeralda.
Felizmente, não temos nada de “história de origem” aqui. O
Hulk é o Hulk e se você não sabe quem é ele, vá para a internet. A premissa é a
mesma dos filmes de James Bond, e eu saúdo efusivamente a escolha. Não há
necessidade de reprisar um milhão, quatrocentos e vinte e sete mil vezes a
mesma história. Todo mundo conhece James Bond. Você não sabe quem é o Hulk?
Então, este filme não é para você.
Simples e prático, principalmente para os roteiristas.
O enredo parte de uma premissa muito boa: os humanos (e
meta-humanos, deuses, semi-deuses, bruxos, dadaístas e tudo o mais que houver
no universo Marvel) perderam a paciência com o seu Hulk. Não há prisão que o suporte (assim como a maioria dos
vilões, mas a gente deixa pra lá esta pequena incongruência...) e cada vez que
o sujeito perde o controle, metade do Alabama é destruída. Ou, pior, Nova York.
Então, um grupo “iluminado” (sim, são os Iluminatti da Marvel, mas isso não
aparece no desenho) resolve prender o sujeito numa nave e enviá-lo para um
planeta longínquo.
O problema, obviamente, é que eles resolvem contar o que
está acontecendo enquanto a viagem ocorre. O grandão não gosta nada da
história, sai dando bordoada na nave e o planeta tranquilo, mas sem vida
inteligente, acaba não recebendo o seu hóspede mais famoso. Em seu lugar, ele
cai no planeta Sakkar, um lugar dominado pelo Rei Vemelho que mais parece um
imperador romano de alta tecnologia, com direito a um Coliseu.
Hulk é capturado como escravo e é levado para o Coliseu para
lutar contra animais e outros predadores do planeta. Lá, ele constrói uma tensa
amizade com outros escravos e acaba conhecendo, mesmo sem querer, a história de
todos eles (sim, aqui aparecem as histórias de origem... são curtas, pelo
menos). O Rei comanda o planeta com mão de ferro, protegido por Caiera, uma
jovem super-soldada-espiã-não-te-mete-comigo, que acha que o monarca é bonzinho
(mantendo escravos, matando gente adoidado... o conceito de bonzinho difere um
pouco em culturas alienígenas, decerto).
Metade do filme se passa com eles no Coliseu e a outra
metade é a revolução, que culmina num quebra-pau entre Hulk e o Rei Colorado.
O filme tem momentos tensos e bem sacados, além de explorar
a violência de uma forma mais crua do que outras animações. A questão do planeta
violento, da escravidão e da corrupção do poder é retratada de forma
maniqueísta e sem alegorias. Quem estiver na frente é destruído, sem dó nem
piedade, não importando se são adultos, velhos ou crianças. Uma das cenas de
uma criança reduzindo-se a pó nas mãos de uma protagonista dá uma boa ideia do
que esperar.
Também há a participação especial de Bill Raio Beta (o amigo
mais equino de Thor) que, no original das HQs, era o Surfista Prateado. Na
história original, Hulk liberta, sem querer, o nosso amigo viajante. No filme,
ele o derrota em combate. Acho que a mudança está por aí; afinal, Hulk acabando
com o Surfista seria meio estranho, mesmo para um filme com o nome do verdão no
título.
No geral, a história é bem conduzida, apesar dos cortes para
as apresentações das origens dos amigos gladiadores serem um pouco longos
demais e um tanto chatos. Há elementos óbvios que são escarrados na cara do
espectador a todo o momento, e outras sacadas mais interessantes. A dualidade
do Hulk (nada de Bruce Banner aqui, ele simplesmente não dá as caras...) como
um monstro ou um sujeito incompreendido é explorado ao máximo, principalmente
por causa de uma profecia (sempre elas) que permeia boa parte do filme.
Nas histórias em quadrinhos, a série dá sequencia a World
War Hulk, quando o gigantão resolve voltar a Terra para se vingar. Não dá para
explicar mais sem encher o texto de spoilers.
Recomendado para: quem curte histórias do amigo esmeralda ou animações
que não dá para assistir com as crianças pequenas.
Quanto vale:
(mas tente ir na promoção da quarta e pagar meia)
Planeta Hulk
(Planet Hulk)Direção: Sam Liu
Duração: 81 minutos
Ano de produção: 2010
Gênero: Ficção Científica
A.Z.Cordenonsi
Pai, marido, escritor, professor universitário
Tem dois olhos divergentes e muito pouco tempo
página do autor - duncan garibaldi - facebook - twitter
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