O cinema oriental relatando histórias policiais, de vingança ou de serial killers é um verdadeiro subgênero, se comparado aos longa-metragens de recantos mais hollywoodianos do globo terrestre.
Conforme eu já mencionei aqui, o cinema norte-coreano é o que tem brindado as plateias com o cinema de ação mais instigante e devastador sem pudores, principalmente pela elaboração de roteiros imprevisíveis, e sem amarras com heroísmos e morais da história.
Conforme eu já mencionei aqui, o cinema norte-coreano é o que tem brindado as plateias com o cinema de ação mais instigante e devastador sem pudores, principalmente pela elaboração de roteiros imprevisíveis, e sem amarras com heroísmos e morais da história.
Porém,
em outros países nas cercanias muitas das características se
repetem, pra criar por vezes filmes poderosos, e em outras, meros
arremedos.
Com
direção do Kimo Stamboel, e do Timo Tjahjanto (os chamados Mo Brothers),
"Killers"
tem envolvidos na produção estúdios do Japão e da Indonésia, e visa criar um daqueles intrincados
jogos de gato e rato que já possuem um público certo aguardando pra
assistir.
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O
filme não tem necessariamente um protagonista bem definido, e em
grande parte depende da afinidade do público em relação aos
personagens.
Um
deles seria o japonês Nomura
(Kazuki Kitamura), que vive em constante caça, lembrando o
personagem de
Choi Min-Sik,
em "I
Saw The Devil".
Mas
um grande ponto a considerar já surge aí, pois nem com excessiva
boa vontade esse primeiro assassino de "Killers"
chega perto do impactante vilão interpretado por Min-Sik.
Não
é a comparação pela comparação, mas estruturalmente os dois
filmes possuem detalhes bastante próximos, e ainda que diferente,
Nomura
precisaria ser muito melhor interpretado pra tornar envolvente a
trama que envolve o seu jogo de matança.
A
outra ponta da corda é o repórter indonésio Bayu,
que se vê imerso na loucura dos atos de Nomura,
e cada vez mais se perde na loucura desse mundo restrito de total
descaso pela vida alheia.
Tal
qual o intérprete de
Nomura,
o ator Oka Antara, que interpreta Bayu
é mais esforço do que competência, tornando ambos bem menos
carismáticos do que poderiam, ainda que o viés da desconstrução de um deles pra catalisar o seu lado homicida fosse bem interessante na premissa.
Isso
já seria motivo o suficiente pra "Killers"
não funcionar enquanto filme dependente de sua dupla de atores
principais.
Acontece
que, até mais prejudicial é o andamento de idas e vindas do
roteiro, sem foco, ou poder de se mostrar um enredo que faça uso das
cenas de violência pra que a história se torne mais interessante,
ou convincente.
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Sem
perceber, se está assistindo um filme de ação C, que emula bons
filmes, sem ser capaz de fazer jus a eles, tendo nos despejos de sangue seu intento de impressionar o espectador.
Seja
no "I Saw the Devil", "Oldboy", "O Caçador", ou
mesmo em "Eleição",
a maestria nas cenas de ação é subserviente aos caprichos do
roteiro, em consequência a diálogos bem amarrados, e engendrados
sem que pareçam desculpas pra algum martelaço na cabeça de alguém.
São peças ligadas, mas nas quais é bem definido qual etapa é mais
importante e deve existir primeiro.
Em
"Killers",
os diálogos, motivações, e atuações fracas fazem com que o
início promissor nunca se concretize um filme realmente eletrizante,
o que não melhora quando os efeitos especiais risíveis no embate
final mostram a que vieram.
Além
disso, o tempo desperdiçado com um drama embebido em melosidades
torna ainda menos convincente a trama, que sem necessidade excede duas horas.
Ninguém
no elenco vai além do esforço, e ainda que haja derramamento de
sangue o suficiente pra constranger quem considera "Jogos
Vorazes"
um filme violento, a única qualidade do filme dos Mo Brothers é ao
menos não perder até essa característica do subgênero.
Apesar
de não ser uma produção sul-coreana, "Killers"
possui no cerne um propósito se igualar a elas, e não esconde isso
desde o minuto inicial.
No
entanto, ainda que tenha ao longo da sua metragem os trejeitos de um
grande filme de ação cru e brutal, fica parecendo mais com os
slasher movies que entenderam errado os célebres predecessores que
popularizaram o sub-gênero.
Em
se tratando de histórias criminais, mesmo "Cold Eyes", sem
nenhum apego ao gore consegue impressionar mais do que os cacoetes de
humor involuntário dos assassinos vistos em "Killers".
É
a pequena diferença que um roteiro de verdade provoca.
Quanto
vale: Nem meio ingresso.
Killers.
Recomendado
para: quem ainda não assistiu nenhum dos outros filmes orientais que mencionei nessa
resenha. Assim quem sabe você até pode não cochilar.
Killers
(Kirazu)
(Kirazu)
Direção: Kimo Stamboel, Timo Tjahjanto
Duração: 137 minutos
Ano
de produção: 2014
Gênero: Ação/Suspense/Thriller
Gênero: Ação/Suspense/Thriller
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