Parecia a temporada perfeita pra um retorno repleto de hype e
faturamento exorbitante.
Afinal, hoje é tão na moda se dizer nerd, geek, ou qualquer que
seja o termo que lhe agrade, e mesmo quem nunca assistiu um “De
Volta para o Futuro” na vida se sente aceito na sociedade
enquanto participa de correntes de rede social bradando o quanto ama
a franquia, que qualquer dos regressos de impacto gerado em algum
momento da cultura pop tem diminuído o efeito “caça-níqueis”
no imaginário popular.
Ao menos foi o que pensaram alguns otimistas executivos de estúdio
quando embrionaram a ideia de retomar a cada vez mais modorrenta
franquia “O Exterminador do Futuro”.
Um exemplar de interesse fácil de despertar em profissionais
cinematográficos, logo eram vistos os anúncios de elenco, e era até
algo bem promissor, considerando o momento atual de cinema e
produções cinematográficas.
Por isso, pareceu ainda mais tranquilo “pré-vender” o fillme
pras plateias em busca do pipocão CG do Emilia
Clarke de Game of
Thrones, e Jason Clark de
“Planeta dos Macacos: O Confronto” foram
confirmados nos papéis de Sarah e
John Connor.
momento quando a
momento quando a
Junto a eles, Jai Courtney recebeu o passaporte premiado pra
tentar Arnold Schwarzenneger estaria engajado no
projeto, não apenas emprestando sua carranca pra algum T-800 de
linha de montagem.
ingressar no panteão do cinema de ação bilionária, algo redundante, claro, não apenas pelos nomes acima, mas principalmente porque o próprio
ingressar no panteão do cinema de ação bilionária, algo redundante, claro, não apenas pelos nomes acima, mas principalmente porque o próprio
O maestro da pirotecnia escolhido para a missão de não deixar as
viagens temporais esculhambarem a mente do público foi Alan
Taylor, que além de ter assinado o bastante divertido “Thor: O Mundo Sombrio”, também carrega no lattes a direção de
episódios de séries diversas, dentre elas Mad Men, Game of
Thrones, Boardwalk Empire, Os Sopranos, Roma, Lost, Deadwood,
Carnivàle, Sex and the City e
Oz.
Em “O Exterminador do Futuro: Gênesis”, um cara com uma
carreira tão diversa, mas de vários trabalhos notórios, tem a
oportunidade de se afirmar na condição de alguém que é mais que
promessa, e sim alguém capaz de fazer filme pra faturar sempre que
estúdio passa a faca e o queijo pra ele. Algo que nem o teste dos
irmãos Russo, no vindouro “Capitão América: Guerra
Civil”.
Acontece que você pode até dizer que a faca (ou o queijo, não faz
diferença) é o pessoal envolvido trabalhando nessa franquia sci-fi
de regresso ansiado por muita gente.
Mas o outro elemento (faca ou queijo, dependendo de qual você
escolheu acima) com certeza é o roteiro.
Afinal, estamos falando de uma história de viagens no tempo que não
tem se incomodado em adicionar novas viagens temporais ao longo dos
filmes, e novos rostos a uma cada vez menos acessível trama, com
jeito de que logo vai começar a desconsiderar fatos pra fingir que
não perdeu coerência em remendos sucessivos que não conseguiram
alavancar as coisas pro lado do T-800 e Cia.
Então, a alternativa em “Gênesis” flerta com os
primeiros dois longa-metragens, agora com novos intérpretes pra
Sarah Connor, Kyle
Reese, e John Connor,
porém desviando do que seria um reboot, jogando na mistura uma ida a
um futuro mais próximo de nós, espectadores, e uma repaginada no
modelo de exterminador que vai criar oportunidades pra pancadaria.
O sóbrio trecho destinado à ação se passando nos anos 80 é
correta, o que não facilita pra não ser comparado aos primeiros
filmes, indiscutivelmente os melhores da cinessérie.
Nesse clima de mais ou menos, a transição entre épocas, e a salada
narrativa enfraquecem ainda mais a imersão no enredo, e claro, a
empatia com os novos atores.
E enquanto Schwarzenneger fica tranquilo no automático,
servindo ao alívio cômico, e interpretando um T-800 bem mais
inesperadamente parelho em relação aos seus inimigos, Emilia
Clarke demonstra um esforço em ser a nova Sarah Connor
que existe apenas na sombra do papel da Linda Hamilton,
enquanto Jai Courtney é um
Kyle Reese apatetado e desimportante, tendo na função
de elo narrativo entre épocas e realidades sua única desculpa de
existir.
Enquanto isso, o John Connor de
Jason Clark ainda é só mais um a interpretá-lo, bem
longe de parecer uma versão que não mereça substituição em um
futuro lançamento.
Completando o elenco principal estão os subaproveitados J. K.
Simmons (apenas o cara do “Whiplash”), e Byung-Hun
Lee (o qual carrega atuações bem mais intensas em “I Saw the Devil” e “Zona de Risco”).
E mesmo que as sequências de ação padronizadas, e cliffhangers
ruins não sejam o suficiente pra condenar o diretor Alan Taylor,
porque na pior das hipóteses ainda entregam uma diversão rasteira
com cara de anos 80 que ainda é um pouco melhor que um frenesi CG de
explosões em efeito dominó, o que caga esse novo re-re-recomeço é
que essa tentativa foi pensada pra tentar ganhar o apreço da atual
geração de espectadores através de reviravoltas subsequentes, e
não através de uma base sólida e personagens marcantes.
Pela intenção de criar algo próprio, com suas próprias viradas na
trama, e buscando ser um ponto de mudança pro que poderia ser o
futuro da franquia, “Gênesis” ainda consegue ser melhor
que o episódico “O Exterminador do Futuro: A Salvação”.
Mesmo que fraco, não fosse pela relativamente baixa bilheteria até
apostaria que “O Exterminador do Futuro: Gênesis” poderia
ainda assim render pelo menos uma continuação a mais em breve.
Mas agora o porvir da franquia ficou mais confuso que as realidades
alternativas do roteiro.
Quanto
vale:
O Exterminador
do Futuro: Gênesis. Recomendado para: um novo ato no velório prolongado da franquia.
O Exterminador
do Futuro: Gênesis
(Terminator:
Genisys)
Direção:
Alan Taylor
Duração:
126 minutos
Ano
de produção: 2015
Gênero:
Ficção Científica/Ação
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