O Exterminador do Futuro: Gênesis (2015)



Parecia a temporada perfeita pra um retorno repleto de hype e faturamento exorbitante.
Afinal, hoje é tão na moda se dizer nerd, geek, ou qualquer que seja o termo que lhe agrade, e mesmo quem nunca assistiu um “De Volta para o Futuro” na vida se sente aceito na sociedade enquanto participa de correntes de rede social bradando o quanto ama a franquia, que qualquer dos regressos de impacto gerado em algum momento da cultura pop tem diminuído o efeito “caça-níqueis” no imaginário popular.
Ao menos foi o que pensaram alguns otimistas executivos de estúdio quando embrionaram a ideia de retomar a cada vez mais modorrenta franquia “O Exterminador do Futuro”.



Um exemplar de interesse fácil de despertar em profissionais cinematográficos, logo eram vistos os anúncios de elenco, e era até algo bem promissor, considerando o momento atual de cinema e produções cinematográficas.

Por isso, pareceu ainda mais tranquilo “pré-vender” o fillme pras plateias em busca do pipocão CG do Emilia Clarke de Game of Thrones, e Jason Clark de Planeta dos Macacos: O Confronto foram confirmados nos papéis de Sarah e John Connor.
momento quando a
Junto a eles, Jai Courtney recebeu o passaporte premiado pra tentar Arnold Schwarzenneger estaria engajado no projeto, não apenas emprestando sua carranca pra algum T-800 de linha de montagem.
ingressar no panteão do cinema de ação bilionária, algo redundante, claro, não apenas pelos nomes acima, mas principalmente porque o próprio
O maestro da pirotecnia escolhido para a missão de não deixar as viagens temporais esculhambarem a mente do público foi Alan Taylor, que além de ter assinado o bastante divertido “Thor: O Mundo Sombrio”, também carrega no lattes a direção de episódios de séries diversas, dentre elas Mad Men, Game of Thrones, Boardwalk Empire, Os Sopranos, Roma, Lost, Deadwood, Carnivàle, Sex and the City e Oz.
Em “O Exterminador do Futuro: Gênesis”, um cara com uma carreira tão diversa, mas de vários trabalhos notórios, tem a oportunidade de se afirmar na condição de alguém que é mais que promessa, e sim alguém capaz de fazer filme pra faturar sempre que estúdio passa a faca e o queijo pra ele. Algo que nem o teste dos irmãos Russo, no vindouro “Capitão América: Guerra Civil”.
Acontece que você pode até dizer que a faca (ou o queijo, não faz diferença) é o pessoal envolvido trabalhando nessa franquia sci-fi de regresso ansiado por muita gente.
Mas o outro elemento (faca ou queijo, dependendo de qual você escolheu acima) com certeza é o roteiro.
Afinal, estamos falando de uma história de viagens no tempo que não tem se incomodado em adicionar novas viagens temporais ao longo dos filmes, e novos rostos a uma cada vez menos acessível trama, com jeito de que logo vai começar a desconsiderar fatos pra fingir que não perdeu coerência em remendos sucessivos que não conseguiram alavancar as coisas pro lado do T-800 e Cia.



Então, a alternativa em “Gênesis” flerta com os primeiros dois longa-metragens, agora com novos intérpretes pra Sarah Connor, Kyle Reese, e John Connor, porém desviando do que seria um reboot, jogando na mistura uma ida a um futuro mais próximo de nós, espectadores, e uma repaginada no modelo de exterminador que vai criar oportunidades pra pancadaria.
O sóbrio trecho destinado à ação se passando nos anos 80 é correta, o que não facilita pra não ser comparado aos primeiros filmes, indiscutivelmente os melhores da cinessérie.
Nesse clima de mais ou menos, a transição entre épocas, e a salada narrativa enfraquecem ainda mais a imersão no enredo, e claro, a empatia com os novos atores.
E enquanto Schwarzenneger fica tranquilo no automático, servindo ao alívio cômico, e interpretando um T-800 bem mais inesperadamente parelho em relação aos seus inimigos, Emilia Clarke demonstra um esforço em ser a nova Sarah Connor que existe apenas na sombra do papel da Linda Hamilton, enquanto Jai Courtney é um Kyle Reese apatetado e desimportante, tendo na função de elo narrativo entre épocas e realidades sua única desculpa de existir.
Enquanto isso, o John Connor de Jason Clark ainda é só mais um a interpretá-lo, bem longe de parecer uma versão que não mereça substituição em um futuro lançamento.
Completando o elenco principal estão os subaproveitados J. K. Simmons (apenas o cara do Whiplash), e Byung-Hun Lee (o qual carrega atuações bem mais intensas em “I Saw the Devil” e Zona de Risco).


E mesmo que as sequências de ação padronizadas, e cliffhangers ruins não sejam o suficiente pra condenar o diretor Alan Taylor, porque na pior das hipóteses ainda entregam uma diversão rasteira com cara de anos 80 que ainda é um pouco melhor que um frenesi CG de explosões em efeito dominó, o que caga esse novo re-re-recomeço é que essa tentativa foi pensada pra tentar ganhar o apreço da atual geração de espectadores através de reviravoltas subsequentes, e não através de uma base sólida e personagens marcantes.
Pela intenção de criar algo próprio, com suas próprias viradas na trama, e buscando ser um ponto de mudança pro que poderia ser o futuro da franquia, “Gênesis” ainda consegue ser melhor que o episódico “O Exterminador do Futuro: A Salvação”.
Mesmo que fraco, não fosse pela relativamente baixa bilheteria até apostaria que “O Exterminador do Futuro: Gênesis” poderia ainda assim render pelo menos uma continuação a mais em breve.
Mas agora o porvir da franquia ficou mais confuso que as realidades alternativas do roteiro.



Quanto vale:


O Exterminador do Futuro: Gênesis. Recomendado para: um novo ato no velório prolongado da franquia.

O Exterminador do Futuro: Gênesis
(Terminator: Genisys)
Direção: Alan Taylor
Duração: 126 minutos
Ano de produção: 2015
Gênero: Ficção Científica/Ação

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