Imaginações sobre o que irá acontecer com o planeta Terra e com os milhares de habitantes dentro dele são assuntos frequentes, sejam nos filmes, nos livros, nas HQs ou em qualquer suporte artístico que a mente evoluída (??) do homo sapiens puder conceber.
Especificamente no cinema da década de 80, algumas dessas abordagens sobre o nosso futuro são obscuras e pessimistas. Filmes como Blade Runner, Terminator e Mad Max fazem questão de lembrar-nos que a Terra poderá ser um local pior do que já é (embora a comédia Idiocracy, lançado em 2006, seja na minha opinião o mais assustador, visto que cada vez mais aquilo parece se tornar verdade).
Enfim, diante da enxurrada de produções distópicas que assolaram o nosso planeta durante a década de 80, uma ousou seguir um caminho diferenciado e hoje pode ser vista como uma mistura inusitada de Mad Max, aventura juvenil e filme noir. Tal longa-metragem é o Viagem Radioativa. Inclusive, é válido salientar que poucas vezes um título aportuguesado foi tão adequado, pois esse Radiocative Dreams (nome original do filme) é mesmo uma daquelas viagens que parece ter sido oriunda da mente de quem acabou de ingerir cogumelos ao som de Pink Floyd.
Quem concebeu o roteiro e dirigiu o longa-metragem foi, ora quem, Albert Pyun, protagonista dessa infame postagem e um dos mestres absolutos do cinema B.
Na trama, o ano de 1986 é o período em que a Terceira Guerra Mundial (!!) devastou a civilização. Nesse contexto caótico e desolador, dois garotos são abandonados em um abrigo nuclear para ali ficarem longe das bombas, da violência e de todos aqueles contratempos que são os elementos de um filme pós-apocalíptico (ou de um jogo do Curíntians).
Durante o tempo que passaram enfurnados no abrigo, os infantes entraram em contato com vários livros de ficção com histórias de detetive dos anos 30 e 40, as chamadas “pulp fiction”.
Influenciados pela leitura, os dois adolescentes passam a acreditar que são detetives. Já nos nomes dos dois personagens Phillip Chandler e Marlowe Hammer, já é possível detectar uma referência aos antigos clássicos da literatura policial, já que tais nomes são referências a escritores e personagens conhecidos dentro do universo das antigas histórias de detetives que inspiraram os famosos filmes noir.
Phillip Chandler, interpretado por John Stockwell, e Marlowe Hammer, interpretado por Michael Dudikoff, escapam do esconderijo depois de ficarem 15 anos olhando um para a cara do outro e lendo contos policiais.
Ao saírem do local, se deparam com um mundo bastante adverso, repleto de punks, canibais, mutantes e por aí vai. Para complicar ainda mais, os dois adolescentes se envolvem em uma intriga envolvendo um par de chaves que possui o poder de acionar um míssil capaz de acabar de uma vez por todas com o planeta (mais acabado que já estava??!!).
Sobre o elenco, John Stockwell já havia trabalhado no longa-metragem Christine - O Carro Assassino e posteriormente deu as caras no filme Top Gun. Já Michael Dudikoff, anos mais tarde, tentou investir na imagem de action hero em filmes de pancadaria da franquia American Ninja.
OBS: Stockwell é o diretor do filme Turistas, um terror polêmico, sanguinolento e pestilento realizado aqui no Brasil e lançado em 2006.
Em relação a trilha sonora, Viagem Radioativa é embalado por canções de refrões fáceis em que cada acorde parece fazer questão de dizer: “ei pessoal, isso aqui é um produção dos anos 80”. Um exemplo é essa Guilty Pleasures.
Como já foi salientado aqui no blogue, o filme de estreia de Albert Pyun foi A Espada e os Bárbaros, em que a história ocorria em tempos pretéritos. Já nesse Viagem Radioativa, seu segundo trabalho, o diretor foi direto para o futuro em um tema pós-apocalíptico, assunto esse que ele abordou mais de uma vez, porém isso já é conversa para uma próxima postagem.
Viagem Radioativa
Recomendado para: curiosos que desejam conferir uma mistura de hard rock, ficção científica e filme noir.
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1 comentários:
Write comentáriosTe falo em trashera nisso kkkk
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