Top 5 + 5 + 5: Artes marciais na cultura pop


Logo nos primórdios desse blogue haviam postagens temáticas conhecidas pela alcunha de Top 5 + 5. Essas famigeradas publicações eram o espaço para os intrépidos integrantes desse espaço cibernético tecerem comentários. Os referidos textos são curtos como o soco de um hobbit e consistem em breves observações acerca dos melhores (ou piores) filmes, HQs, livros e qualquer outra manifestação artística concebida pelo cérebro humano.

Durante algum tempo o Top 5 + 5, sem nenhum motivo aparente, ficou relegado ao limbo do esquecimento. No entanto, com o recente ingresso de mais um integrante na equipe, decidimos trazer de volta o Top 5 + 5 (dessa vez com um cinco a mais).

A partir de agora, no final de cada mês, cada um dos três integrantes irá trazer um tema diferente. Serão três postagens onde serão abordados aquilo que de melhor (ou pior, vale ressaltar) cada um dos editores desse blogue assistiu, leu ou ouviu durante o mês.

E para a reestreia dessa atração, o tema em pauta serão aqueles filmes, HQs ou que mais existir, onde os protagonistas precisam mostrar os seus dotes chutando estômagos alheios ao invés de declamar longos monólogos existenciais. Começa aqui o Top 5 + 5 + 5 Artes Marciais na Cultura Pop.


Fist of Fury (1972) Direção: Lo Wei - Falar sobre filmes de pancadaria sem citar Bruce Lee é de uma heresia sem precedentes. Lee, com o perdão do trocadilho, deu o chute inicial na popularização do gênero nos anos 70 e se hoje celebramos caras como Jackie Chan e diretores como Quentin Tarantino, o mestre Bruce é um dos culpados.

Fist of Fury, que em português recebeu o título de Fúria do Dragão, é o segundo longa-metragem estrelado pelo ator. O primeiro foi O Dragão Chinês, lançado em 1971.

Em Fist of Fury, Bruce Lee interpreta Chen Zhen, um aluno que investiga a morte do seu mestre falecido em circunstâncias misteriosas. A trama, apesar de simples, vai além de socos e entre mortos e feridos, Fist of Fury aborda um tema delicado: a dominação japonesa sobre o povo chinês durante a segunda guerra mundial.

O personagem Chen Zhen apareceu mais tarde em séries de TV e filmes, inclusive já foi interpretado por Jackie Chan e Jet Li. E falando em Jackie Chan, sabem aquela cena em que o Bruce Lee trucida os alunos de uma academia japonesa? Pois é, um dos pobre coitados é o Jackie Chan, que ainda nesse mesmo filme, atuou como um dublê substituindo o ator que é defenestrado por Bruce Lee na luta final.


Porque é essencial: A cena em que Chen Zhen mostra que o seu mestre não era um “homem doente da Ásia” é referência até hoje em filmes de artes marciais.


O Último Dragão (1985) - Direção: Michael Schultz - Esse longa-metragem mistura a cultura dos guetos negros de Nova York, utiliza um toque de realismo fantástico e acrescenta em tudo isso o universo dos filmes de kung fu de Hong Kong. Talvez por isso, em seu lançamento, os críticos ranhetas não assimilaram essa mistura inusitada e o filme apanhou mais que os figurantes do Bruce Lee. 

Porém o tempo fez justiça e O Último Dragão se tornou clássico absoluto ao ser exibido infinitas vezes na sessão da tarde. A trama foge daquele esquema de vingança típico das produções de pancadaria. 

No filme é mostrado Leroy Green, um jovem negro praticante de artes marciais. No afã de atingir um poder místico conhecido como O Brilho (sem boiolagens vampíricas, por favor) o sujeito deve enfrentar um vilão canastrão conhecido como Sho´ nuff, que faz tanta careta quanto um ornitorrinco com prisão de ventre. 


Além disso, Leroy deve ser o guarda-costas de uma cantora pop. O Último Dragão rendeu falas que se tornaram clássicas, principalmente quando eram proferidas por Sho’nuff, “o shogum do Harlem” (putz!!!). 
Obs: Há boatos de que esse filme terá um remake. Será??? 


Porque é essencial: A cena em que Leroy Green fica empolgado ao assistir trechos de Fist of Fury é uma das homenagens mais bacanas que o Bruce Lee já recebeu.


The Drunken Master 2 (1994)  - Direção: Chia-Liang Liu - O astro Jackie Chan pode não ter a brutalidade e a violência do Bruce Lee, mas para o bem e para o mal, ele foi esperto ao acrescentar nas coreografias de combate elementos de comédia física. Assistir a uma luta do Jackie é presenciar uma espécie de Charlie Chaplin que aprendeu a lutar Kung Fu.

Esse The Drunken Master 2 é continuação do longa lançado em 1978. Na trama, Chan interpreta Wong Fei-Hong, que dessa vez luta contra uma corja de ladrões que roubam artefatos valiosos da cultura chinesa. 

Até aí a sinopse lembra mais um filme genérico de socos e chutes. Todavia o aspecto interessante é que para lutar, Wong Fei-Hong utiliza a técnico do bêbado. Para atingir tal intento, ele empina o goró como se não houvesse amanhã.


Jackie Chan em algumas cenas também atuou como diretor, porém não foi creditado.
Porque é essencial: Mostra Jackie Chan no ápice da sua criatividade. A cena final é antológica.


Drive (1997) - Direção: Steve Wang - Enquanto o mundo baba ovo para o celebrado Drive, dirigido por Nicolas Winding Refn, eu lembro de outro Drive, que deixava a sutileza ir passear e por isso se tornou um perfeito exemplar de filme de pancadaria que vai direto ao assunto.

O filme narra a história de Toby Wong (Mark Dacascos, um dos atores de ação mais injustiçados da galáxia). Wong é um exímio lutador de artes marciais que tem um dispositivo bio-mecânico implantado em seu organismo, por meio de uma experiência realizada por uma organização criminosa. 

Graças a esse artefato tecnológico, Wong é  capaz de realizar peripécias dignas de um Jet Li ligado na tomada. Porém o cidadão pretende largar a vida ao lado dos fascínoras e foge para os EUA, com o intuito de vender o tal artefato para outra organização.

Apesar da sinopse tão simplória e que pode ser confundida com milhares de outras produções, Drive é repleto de citações a filmes de ação e possui cenas cômicas que felizmente não descambam para a gritaria e a canastrice.


Porque é essencial: Foi um dos poucos filmes dos anos 90 não protagonizados por Jackie Chan e que ainda assim demonstrou lutas bem mais estilosas que o “feijão e arroz” oferecido por Van Damme, Steven Seagal, entre outros.
 

Soldado Universal 4 - Juízo Final (2012) - Direção: John Hyams - Eu não sou um grande entusiasta da franquia Soldado Universal. Eu até considero o primeiro divertido e acredito que ele é um dos melhores momentos da carreira do Jean Claude Van Damme, já os outros dois eu recomendo apenas para os meus piores inimigos.

No entanto, essa quarta sequência adota uma abordagem bem diversa e mais parece uma história do Philip K. Dick, porém regada a litros de sangue e socos para todos os lados. Tal ousadia colocou esse longa-metragem no fatídico patamar do ame-o ou deixe-o

Além disso, Van Damme e Dolph Lundgren aparecem pouco em cena, já que ambos cederam espaço ao ator Scott Adkins, que se continuar nesse ritmo e trabalhar com as pessoas certas, tem tudo para ser o novo action hero do momento.

Na trama, após ver sua família ser assassinada com requintes de crueldade, John (Adkins) sai de um coma e se depara em uma espiral de acontecimentos em que nada parece ser verdadeiro.
Porque é essencial: A cena inicial, filmada em primeira pessoa, em que o protagonista testemunha a esposa e filha serem massacradas, dá de 10 a 0 em muito filme metido a terror.

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