Com o filme do herói se aproximando e gerando altas expectativas (apesar do Zack Snyder), muitas pessoas ainda não conhecem suas melhores histórias. Por ser o personagem mais forte da editora e com poderes quase infinitos - conte eles comigo: superforça, vôo, visão de calor, visão de raio-x, supervelocidade, superaudição e sopro congelante - muitos autores acham difícil trabalhar com ele. Na verdade, as grandes histórias não são as com inimigos no mesmo patamar do Super, e sim com ele lidando com sua situação: um alienígena que pode fazer absolutamente qualquer coisa no planeta Terra, mas sempre se pergunta se suas ações seriam corretas.
Muitas vezes esse seu pensamento é questionado. Ele poderia literalmente transformar o mundo da maneira que quisesse, acabando com o crime, com a fome e com o que mais quisesse. O fato de confiar na humanidade, característica que herdou da família Kent em sua juventude no Kansas, o impede de fazer esse tipo de coisa. Sua força nessa crença nos seres humanos e seu senso de justiça o fazem no maior super-herói da editora. Ele não nasceu para liderar como o Batman ou trazer esperança como o Lanterna Verde: ele nasceu para servir de exemplo e inspiração para todos. Como Bruce Wayne afirma, "foi preciso um alienígena para nos ensinar o que é ser humano"
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| As vezes o Batman também manda a real pro Azulão |
Segue então as cinco melhores histórias que eu já li do personagem. Muitas se encontram em encadernados pelas bancas e livrarias, mas outras são encontradas apenas para baixar. Uma pena, mas novas publicações devem aparecer se o filme confirmar seu esperado sucesso.
5) Superman - As Quatro Estações, de Jeph Loeb
Minha história preferida da origem do herói. Escrita quando Jeph Loeb ainda era um bom roteirista e com os belos desenhos de Tim Sale, a história foi uma das maiores inspirações para o seriado Smallville. As quatro edições (Primavera, Verão, Outono e Inverno) narram a história de Clark Kent pelo ponto de vista de outro personagem: Jonathan Kent, Lois Lane, Lex Luthor e Lana Lang, respectivamente.
O ano era 1986 e a DC pretendia realizar sua megassaga Crise nas Infinitas Terras para acabar com a bagunça cronológica e colocar ordem em suas publicações. Mas, para isso, era necessário dar um fim em algumas histórias. E convidarem ninguém mais do que Alan Moore para fazer a "história final" do personagem antes do reboot. Não preciso nem dizer que ficou sensacional. O mestre barbudo fez uma grande homenagem para o personagem e o que ele representa, além de fechar todas as pontas soltas que existiam na época.
Esta história de 2001 é primorosa. Publicada em apenas uma edição da revista Action e Comics 775, mostra o surgimento de um novo grupo de heróis chamado Elite, que é extremamente brutal contra os vilões e cai no gosto do público. A separação ideológica deles com o Superman só aumenta, até que chega o momento que ambos se confrontam. A Elite se orgulha de matar seus inimigos. O que acontece então quando Superman abraça essa ideologia e resolve matar a Elite também?
A obra gerou um filme de animação chamado Superman vs The Elite, lançado em 2012. É divertido, mas não chega aos pés da história original.
2) Grandes Astros Superman, por Grant Morrison
All-Star foi uma iniciativa da DC em 2005 para colocar seus ícones nas mãos de autores consagrados para que eles escrevessem as histórias que quisessem sem se preocupar com as amarras cronológicas das séries regulares. A outra publicação foi All-Star Batman e Robin, que foi um grande fracasso porque o escritor era o Frank Miller já velho e gagá. Grant Morrison soube fazer diferente porque sua história é simples e universal: ele apresenta a essência do herói, seus grandes inimigos e seu romance com Lois Lane.
Após mais um plano de Luthor, Superman absorve energia demais do sol enquanto salva uma nave e descobre que está morrendo. A história conta então os últimos dias do herói, suas façanhas e seus relacionamentos com diversos personagens. É uma aula de história em quadrinhos dada por Morrison.
O encadernado com as 12 edições foi lançado no Brasil recentemente. Apesar de não ser nem um pouco barato, vale muito a pena. Também foi lançada uma animação em 2011, que é fiel ao roteiro mas nao contém os traços maravilhosos de Frank Quitely.
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1) Reino do Amanhã, por Mark Waid
A minissérie de 1996 é a minha história definitiva do Superman. Apesar de não conter seu nome na capa, ele é o personagem principal. A trama acontece no futuro do universo da editora. Em algum ponto do tempo, o Coringa matou todos os funcionários do Planeta Diário, inclusive Lois Lane. Magog, um herói extremamente violento, e o próprio Superman vão atrás do vilão, mas o primeiro chega antes e o mata a sangue frio. Superman leva Magog para ser julgado pelo seu assassinato, mas a população o absolve. Clark fica desapontado com o resultado do julgamento e perde sua fé na humanidade, indo se isolar na Fortaleza da Solidão. Nos anos após seu isolamento o mundo é tomado por heróis que seguem Magog: inconsequentes, assassinos e que lutam entre si após extinguirem o mundo de quase todos os vilões. Superman então, após ser confrontado pela Mulher Maravilha, retorna com a antiga Liga da Justiça para colocar ordem no mundo. O problema é que suas ações podem desencadear o apocalipse na terra.
A minissérie junta vários elementos das outras já citadas anteriormente: embate contra heróis que matam, futuro do herói e a consequência dos seus atos. Uma diferença nesse caso é que o Superman erra. Muito. Seus erros colocam em risco a situação dos outros heróis e da própria humanidade, podendo colocar ambos em lados opostos de uma guerra.
Outros pontos positivos devem ser citados.A arte de Alex Ross, para quem não conhece, é absolutamente sensacional. Ele pinta cada quadro baseado em fotografias, o que confere um realismo absurdo ao seu trabalho. Também vale mencionar a icônica luta do Superman contra o Capitão Marvel, uma das melhores de sua carreira.
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