Às
vésperas da resenha escrita pelo Fernando acerca do “Capitão América: O Soldado Invernal”
verifiquei pro meu desapontamento que "Thor: O Mundo Sombrio" havia
sido aqui negligenciado.
Mas
pra quem acompanha a tripulação, sabe que de resenhas atrasadas o
Satélite está cheio.
É
meio uma prerrogativa nossa, afinal, não é só de obras atuais que
nos alimentamos.
Enfim.
Até
pra não perder o momento ligando com o “Capitão América 2”
é que é feita esta resenha crítica do“Thor 2”.
A
responsabilidade do filme do asgardiano passou a ser maior quando "Homem de Ferro 3" escorregou feio.
E
parece que um adicional de pressão é parte da mítica dessa
franquia auxiliar pros planos maiores do Marvel Studios, e
claro, da Disney.
Pois
se no primeiro filme do Thor existia a necessidade de explicar as
coisas de um modo que ao menos diminuísse o desconforto do público
não leitor de HQs, com relação ao universo assumidamente
alicerçado em elementos fantásticos, e não na ciência (ainda que
flertando com os aspectos mais exagerados dos quadrinhos) que havia
sido base no cinema pra Homem de Ferro, Hulk, e Capitão América.
Foi um
primeiro filme muito difícil, não apenas por ser uma obra de
origem, o qual conseguiu com saldo positivo sobreviver a bilheteria e
crítica, e deixar o personagem bem apresentado pra não causar estranhamento ao público em "Os Vingadores".
Dessa vez, o detalhe de ter que remediar o péssimo pontapé inicial pra “Os Vingadores 2” foi sanado com a escolha de uma abordagem completamente diferente.
Primeiro:
não sendo mais um filme de origem, tudo que tem que ser apresentado
é feito com cenas de ação.
Uma forma bem funcional de construir um sazonal blockbuster.
Uma forma bem funcional de construir um sazonal blockbuster.
Segundo:
existe um maior equilíbrio entre os personagens em cena, e não fica
tudo restrito à desavença entre Thor (Chris Hemsworth) e Loki (Tom Hiddleston), e o
interesse romântico desempenhado pela Jane Foster (Natalie Portman).
A
distribuição de tempo e importância em tela é feita de maneira
correta, com destaque pros personagens femininos, que são
determinantes pros rumos da história sendo que a rainha Frigga
(Rene Russo) finalmente sai da função de coadjuvante de salário
alto.
Terceiro:
a conciliação entre fantasia e sci-fi já não é uma preocupação.
O próprio Odin (Anthony Hopkins) faz questão de dizer que eles não são
deuses, além de que as armas e naves trazem à memória mais
Stargate do que o próprio primeiro filme do personagem da
Marvel.
A
comparação com Stargate ressurge em vários momentos do
longa-metragem, sem estragar nada porque não é uma muleta
narrativa, e sim um dos vários elementos novos que são apresentados
logo cedo.
O que
incomoda mesmo é a forma preguiçosa encontrada pra ligar Jane
Foster à grande ameaça perpetrada pelo vilão
Malekith (Christopher Eccleston).
No
primeiro ato, até pra acelerar as coisas sem se preocupar com
detalhe que essa jogada no roteiro é posta em prática, juntamente
com uma recorrência bem monótona do alívio cômico agora em dupla,
com a dupla de estagiários interpretada por Kat Dennings, e Jonathan Howard.
É a
etapa em que o filme não prende, mas vai sendo ainda interessante
porque tem muitos fatos novos em andamento, e que serão essenciais
(apesar de alguns terem sido só atirados na trama) no desenrolar dos
eventos.
Afinal,
“Thor: O Mundo Sombrio” é um filme verdadeiramente grandioso
em sua produção, e pra isso ser devidamente mostrado ao espectador,
o diretor Alan Taylor conta com um roteiro que privilegia
batalhas gigantescas, e destruição em profusão, com vários
momentos de criatividade que não fazem com que haja nenhum lampejo
de genialidade pra virar conversa de bar ou meme, porém também
mantém a diversão em alta sem se perder na repetição tal qual um
Michael Bay ou algum de seus pupilos de mente engessada.
É
como se o “Homem de Aço” não tivesse mergulhado na
pretensão da ilusão metida a intelectual realista de Chris
Nolan, e tivesse cenas de ação que além de caras parecem
causar algum efeito nos personagens e ter alguma serventia pra
história.
Quando
“Thor: O Mundo Sombrio” se encontra nessa proposta, e fica
bem claro o tipo de filme quase estruturalmente das antigas de espada
e magia (com a adição das centenas de milhões de orçamento e CG
que os dias de hoje permitem) que ele se pretende, o entretenimento
fica inevitável.
Além
de que sempre que parece que as coisas vão ficar na normalidade por
tempo demais a existência de Tom Hiddleston no elenco resolve
a questão, afinal, ele que é um dos melhores atores em atividade no ramo de blockbusters não desperdiça falas, ou os closes que aproveitam pra deixar menos
maniqueístas as coisas no reino de Asgard. Pois Loki é
peça essencial na trama, e ele não é herói nem vilão. É apenas
ambicioso. E faz muita diferença quando o vilão Malekith não
é toda essa presença antagônica esperada, sendo muito mais
influente o poder que ele busca do que ele mesmo.
Esse
filme intermediário, sem se arriscar a ser o maior filme de heróis
ou algo do tipo, é simplesmente um muito divertido filme de heróis,
e pra ir consolidando tanto a franquia individual, quanto o novo
filme-evento da equipe bilionária da Marvel, e mais que suficiente.
Nunca
é nada genial, mas é quase como se fosse uma das melhores histórias
de ação pura das HQs que migrou pras telas. Algo que não se
traveste de épico definitivo, mas ao se reconhecer um episódio de
franquia, entrega o máximo de divertimento que consegue.
Ao seu modo, é mais “Star Trek: Além da Escuridão” do que
“Homem de Aço”, e isso
já é bom motivo pra assistir.
Quanto
vale:
Thor:
O Mundo Sombrio. Recomendado para: um divertido e tecnológico
filme de espada e magia.
Thor:
O Mundo Sombrio
(Thor:
The Dark World)
Direção:
Alan Taylor
Duração:
112 minutos
Ano
de produção: 2013
Gênero:
Ação/Aventura/Fantasia/Ficção CientíficaSign up here with your email
1 comentários:
Write comentáriosEu gosto, mas eu acho que poderia ser melhor. Uma das grandes atrações de "Thor" é uma fita que foi recuar mais do que o esperado do padrão habitual de produções da Marvel, mas ser diferente não significa ser melhor. Isso não quer dizer que considera que "Thor" é um filme ruim, mas uma bonita descompensada e abaixo do resto das produções da Marvel. Honestamente, eu decidi ver porque eu sou um fã de filmes de Chris Hemsworth, mas no geral eu acho que o filme tem mostrado que as coisas poderia ser feito melhor, tanto em termos artísticos e natureza da palomitero grande passatempo.
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