Enfim, emoções negativas acerca do crime realizado no final de Watchmen deixadas de lado, Homem de Ferro 3 é outro filme que se baseou em um arco de história da revista mensal do personagem mas não seguiu fielmente suas premissas. O review completo do filme ainda será publicado neste veículo de comunicação em massa (?), então este post é sobre a relação do arco de história chamado Extremis, publicado em 2005 na mensal The Invincible Iron Man (1-4), e o filme de 2013 Homem de Ferro 3.
Contém SPOILERS do filme e da HQ!
Extremis: Má como? Me explica direito essa porra!
A definição exata do soro Extremis e dos seus efeitos tem um ponto em comum entre a hq e o filme: não existe. Você vê pessoas cuspindo fogo, ganhando superforça, regeneração, resistência e na história em quadrinhos dando poderes de controle tecnológico também. Citando mais uma vez a fabulosa obra "Feira da Fruta", é "um puta puteiro do caralho".
A origem, pelo menos, é parecida. O soro Extremis foi criado pelos cientitas Aldrich Killian e Maya Hansen, em uma tentativa de recriar o soro do super-soldado do Capitão América (na Hq) ou de regenerar partes do corpo perdidas (no filme). Extremis penetra no cérebro do usuário e reescreve seu DNA, gerando novos órgãos e membros, aperfeiçoando o corpo inteiro no processo.
As semelhanças acabam aí. No filme, o Extremis é utilizado pelo vilão Mandarim (secretamente Killian) em ataques suicidas dentro do território americano. Na verdade, o Extremis estava imperfeito, e os ataques nada mais eram do que capangas que o corpo rejeitou o soro e explodiram por causa deste detalhe. Os capangas do vilão que aguentaram o processo se tornam um exército de superpoderosos, prontos para tocarem o terror no mundo.
Já na obra original, Maya liga para Tony Stark requisitando ajuda, já que o soro Extremis foi roubado por terrorista. Há apenas um usuário do Extremis (inicialmente), o terrorista Mallen, que ganha força, velocidade e resistência sobre-humanas, além de poder cuspir fogo e dar choques elétricos. Apesar de ser só um, ele dá a surra da vida de Tony Stark, só não o matando porque seu alvo era atacar a Casa Branca.
Tony então vai até Maya e pede para usar o Extremis em si, pois não conseguia mais aumentar a velocidade de sua armadura para poder enfrentar o terrorista. Antes de aplicar o soro, ele faz algumas modificações, adquirindo o poder de acessar qualquer rede de dados do mundo apenas com o pensamento, além de colocar uma camada da armadura dentro da cavidade de seus ossos. Depois disso, ele vai atrás de Mallen e devolve a surra. Como o terrorista não desiste, o herói é obrigado a matá-lo.
Maya e Killian: dois filhos da puta
Na história em quadrinhos é revelado apenas no final da última edição o verdadeiro papel de Maya na história. As verbas do projeto Extremis estavam para serem cortadas, então ela e Killian resolveram forjar um roubo e entregar o soro para terroristas. O próximo passo era aproveitar seu affair do passado com Tony Stark (semelhante ao filme) para colocar o herói em combate com o usuário de Extremis, de forma a testar o Extremis contra a tecnologia mais avançada do planeta: a armadura do Homem de Ferro.
Já Aldrich Killian não é o vilão e dono da organização terrorista IMA como no filme. Ele aparece em apenas duas páginas da história, onde se arrepende de entregar o projeto para terroristas e comete suicídio. São os arquivos e emails do seu computador que permitem Tony Stark descobrir o plano dele e de Maya, após o herói se utilizar do Extremis para acessar toda a rede de comunicação do prédio onde o projeto aconteceu.
Vale a pena?
A opinião oficial do blog sobre o filme Homem de Ferro 3 você conhecerá em breve, no review do caríssimo Marcel Ibaldo. Sobre a história em quadrinhos, me resta dizer que é um belo arco com uma arte fantástica do ilustrador Adi Granov e roteiros afiados do mestre da ficção científica Warren Ellis. Vale a pena correr atrás quem nunca esteve em contato com a obra - apesar de eu já ter contado quase tudo nesse post.
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