Keruac - O Exterminador de Aço


A refilmagem do Robocop pelas mãos do José Padilha está prestes a dar as caras  nas salas de cinema. Por isso, movido por um instinto nostálgico que me faz descobrir (ou até redescobrir) filmes do tempo em que o VHS dominava a Terra, lembrei de determinadas produções fuleiras que emulavam Exterminador do Futuro, Blade Runner e, obviamente, o Robocop, os filmes de robô mais bacanas que a década de 80 pariu.

Geralmente tais produções inspiradas nesses grandes filmes eram de baixo orçamento e exalavam tosquice a cada frame. Uma delas é esse Keruak - O Exterminador de Aço, filme italiano dirigido por Martin Dolman, cujo nome verdadeiro é Sergio Martino.
Mesmo que Keruak tenha sido lançado em 1986 e o Robocop do Verhoeven apareceu para o mundo um ano depois, a similaridade da trama está no fato de que no filme italiano também temos um protagonista que um dia foi humano (ou não).


Em Keruak - o Exterminador de Aço, a história ocorre em um futuro não muito distante, quando a raça humana conseguiu tornar o nosso planeta um lugar pior do que já é. Nesse ambiente caótico, o cyborg Paco Keruak é contratado por uma organização gananciosa. A tarefa do robô é assassinar o chefão de uma equipe de ecologistas. O problema é que, na hora de executar o serviço, um erro no “HD mental” do assassino faz com que ele não cumpra o seu objetivo. Será que isso é um pingo de consciência humana ainda remanescente em seu cérebro? Esqueça, o roteiro nem se prestou a se aprofundar nesse quesito, o fato é que depois do ocorrido, Keruak se torna um fugitivo e precisa escapar não apenas do FBI, mas também dos vilões ambiciosos que o contrataram. E assim a narrativa se desenrola permeada por vários instantes de ação que podem até soar engraçados se você, obviamente, fechar um olho para os inúmeros (d)efeitos especiais.


Para piorar, Daniel Greene, que interpreta (??) Keruak, é um ator visivelmente limitado e perto dele até Steven Seagal se torna um ator shakesperiano. Além disso, o roteiro não define quem é o o que é Keruak. Será que ele é 100% máquina ou ainda há um pingo de humanidade no sujeito? Nesse ponto, Robocop do Verhoeven foi mais além.

Para os fissurados por filmes B, vale lembrar que no elenco está John Saxon, ator mais conhecido pelas participações em Operação Dragão e Os Mercenários da Galáxia, um dos filmes que se tornaram símbolos do cinema de baixo orçamento.

Também é interessante destacar a trilha sonora composta por Cláudio Simonetti, músico que nasceu no Brasil, integrante da banda Goblin, de rock progressivo, e é responsável por trilhas em filmes de gente do porte de Dario Argento.


 
Afora esses pequenos detalhes curiosos, Keruak - O Exterminador de Aço não vale nem o óleo para lubrificar as engrenagens do Robocop ou do T-1000, mas tem seus bons momentos de humor involuntário.

Recomendado para: quem quer assistir robôs, armas lasers e alta tecnologia, tudo misturado com o melhor (ou pior) do cinema B italiano.

Título: O Exterminador de Aço (Vendetta Dal Futuro)
Diretor: Martin Dolman (Sergio Martino)
Tempo de duração: 94 minutos
Gênero: Ficção Científica


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