REVIEW: VINGADORES - GUERRA SEM FIM


A Marvel relançou agora em outubro as suas Graphic Novels. São histórias produzidas exclusivamente para este formato (encadernado, em torno de 100 pgs, com uma história fechada), ao contrário de arcos mensais reunidos em encadernados. Para retomar a iniciativa, que já rendeu histórias clássicas como "A Morte do Capitão Marvel" e a relançada recentemente "Dr. Destino e Dr Estranho: Triunfo e Tormento", o autor escolhido foi o consagrado Warren Ellis (Planetary, Transmetropolitan, Homem de Ferro - Extremis, entre outros). Os personagens contemplados são nada menos do que o principal grupo da editora, os Vingadores. 

Outra curiosidade é que a história foi lançada simultaneamente em todos os mercados da editor. Além de não termos que esperar meses para lermos, a edição brasileira está um espetáculo: papel de qualidade, capa e contra-capa lindíssimas e um preço justo: 24,90. Um parabéns para a Panini.


A trama gira em torno dos três pilares do grupo: Capitão América, Homem de Ferro e Thor, com mais destaque para o primeiro. Tudo começa quando rebeldes derrubam um drone norte-americano no Oriente Médio, e descobrem que ele era uma mistura de uma criatura desconhecida com tecnologia militar. O Capitão América, ao ver na televisão a notícia do fato, lembra-se de quando se infiltrou num campo nazista que produzia este tipo de aberração e jurava ter destruído o local. Thor também identifica as criaturas como uma ameaça nórdica que tinha certeza que já tinha aniquilado. O Homem de Ferro, ao contrário dos dois, não tem nada a ver com as criaturas, mas participou da ação militar norte-americana que no passado destituiu o governo do país que hoje os rebeldes lutam para retomar.

Junto dos três, fazem parte dos Vingadores a Viúva Negra, Wolverine, o Gavião Arqueiro e a nova Capitã Marvel, e no decorrer da história outro personagem famoso tem uma participação decisiva. Neste ponto que está o grande mérito da história: servir de porta de entrada para quem não conhece o universo das histórias em quadrinhos da editora, sem para isso precisar contar uma história infantil. Um eventual leitor que se interessou pelo filme pode, por meio desta história, conhecer personagens interessantes como a Capitã Marvel, entender como o Wolverine se encaixa na equipe e como funciona a S.H.I.E.L.D fora dos cinemas.

Warren Ellis deixa bem marcado as personalidades de cada personagem. Isso tem um lado positivo e um negativo. A favor, um dos defeitos do filme dos Vingadores é deixado para trás, que é o fato de todos parecerem amigos e agirem como se estivessem brincando de serem heróis. Você nota as rusgas entre cada personagem, e percebe que eles estão juntos por serem a última linha de defesa da humanidade, sem ter muita amizade envolvida neste negócio. O lado ruim é que, por ser uma história curta, você acaba deixando os personagens muito "preto ou branco": Wolverine não é apenas um assassino, o Capitão América não é apenas um velho reclamão e o Gavião Arqueiro não leva tudo na brincadeira, apesar de serem retratados dessa maneira pelo roteirista.


A história merece seus créditos por abordar assuntos mais sérios, como as iniciativas americanas no Oriente Médio (apesar de não se aprofundar muito em nada). Também vale o elogio para a arte de Mike McKone, que funciona muito bem para a história, principalmente quando retrata os personagens durante os conflitos. Um ponto negativo vai para a batalha final: ela simplesmente não existe. Tudo corta direto para o fim, quando já está resolvida a situação. Não dá para entender porque omitiram estas cenas.

Vingadores: Guerra Sem Fim é, no fim, uma boa história. Tem sim uma trama rasa, que as vezes soa como forçada. Também provavelmente não será lembrada como uma obra de arte. Mas cumpre seus objetivos, trazendo uma história fechada interessante sobre os maiores heróis do planeta.

Recomendada para: todos que gostaram do filme dos Vingadores, principalmente para quem quer começar a acompanhar as histórias do grupo. 


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