Mais
um filme do Adam
Sandler.
Pra
alguém que já foi referência no cinema besteirol faturador de
dinheiro, ouvir isso com a frequência que acontece agora deve ser
estranho.
Acontece
que, o Adam Sandler teve sua época de acumular dinheiro no cofre, na
qual empilhou sucesso após sucesso nas bilheterias, com seus filmes
de protagonistas replicados do filme anterior. E em determinado
momento, isso simplesmente terminou sem indícios de recuperação.
Isso,
ao menos até que um vídeo viralizado deu origem ao anúncio de um
longa-metragem em que seres pixelados oriundos de vídeo-games
invadem a Terra, e assim chegamos a "Pixels",
tenteada de encher bolsos à custa de nostalgia, efeitos especiais, e
diversão descompromissada.
Com
direção do mesmo Chris
Columbus que
contribuiu pro enriquecimento próprio e alheio em filmes pregressos,
"Pixels"
foi uma investida com todo jeito de Sessão da Tarde que viria bem a
calhar nesses tempos em que pose de sombrio e clichê disfarçado de
épico virou discurso de defesa pra quem quer se considerar mais
maduro que os outros.
A
produção do filme de Columbus,
obviamente, conta com o amparo do CG que transborda na tela à
medida que mais zeros são adicionados no cheque, e isso é o
primeiro fator pra tornar a experiência com cara de divertida, desde
os trailers.
O
nome do Adam
Sandler,
nesse caso, passa a ter menor peso diante do chamariz à memória que
as criaturas alienígenas que curtem um som em midi induzem ao
público.
Além
dele, também estão no filme Peter Dinklage, Michelle Monaghan, Kevin James, Josh Gad, Brian Cox, Sean Bean, Dan Aykroyd, no combate aos invasores aliens com visual massa.
Os
efeitos, claro, cumprem o que se espera.
O
que não o faz, é o resto do filme.
Os
embates acontecem em 3 atos, nos quais o desperdício de potencial
parece ser um lema.
Muito
disso se deve ao fato de "Pixels"
existir pra ser um filme do seu elenco. E não um filme sobre essa
ameaça que chega ao planeta, e vai exigir o habitual grupo
improvável de herois.
E
recaindo pra conta de Sandler
e Cia o compromisso de empurrar o filme pra frente, o fracasso de
piadas faz com que, além de não haver qualquer empatia com os
personagens, a torcida logo seja muito mais pros aliens que pro time
da casa.
O
longa-metragem de Chris
Columbus tinha
todo jeito de que poderia mimetizar a aura dos filmes oitentistas de
aventura, em que o roteiro não era visto em uma série de pequenos
blocos de stand-up comedy, e nos quais os personagens não se
anulavam por serem criados completamente vazios, em um tresloucada
celebração dos nomes no cartaz.
Desde
as partes do roteiro que são pra insistir que o espectador deve se
importar com os protagonistas, até a moral da história no confronto
final, que é dos mais óbvios e sem serventia possíveis, "Pixels"
é uma lição valiosa de que mesmo uma jogada oportunista precisa,
mesmo que ancorada na nostalgia e memória afetiva do público (mesmo
que apele pro lado hipster da Força) de pelo menos um motivo de
existir pros personagens que não seja pros seus intérpretes se
orgulharem quando acessam o Box Office Mojo.
Ainda
assim, com todas essas drogas, se ao menos tivesse tido a decência
de fingir que a ameaça em algum momento parecia algo ameaçador,
"Pixels"
poderia ser aquela sessão de cinema na qual o cara consegue chegar ao final e apenas se espreguiça quando o nome do diretor aparece.
Não
poderia ser o filme de entretenimento no qual a consequência do
humor é induzir ao sono R.E.M..
A
menos que o objetivo tenha sido esse desde o início, claro.
Então
"Pixels"
não é ruim. É só incompreendido.
Pixels.
Recomendado
para: perder seu tempo.
Pixels
(Pixels)
Direção:
Chris Columbus
Duração:
106 minutos
Ano
de produção:2015
Gênero:
Comédia/Aventura
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