Pixels (2015)



Mais um filme do Adam Sandler.
Pra alguém que já foi referência no cinema besteirol faturador de dinheiro, ouvir isso com a frequência que acontece agora deve ser estranho.
Acontece que, o Adam Sandler teve sua época de acumular dinheiro no cofre, na qual empilhou sucesso após sucesso nas bilheterias, com seus filmes de protagonistas replicados do filme anterior. E em determinado momento, isso simplesmente terminou sem indícios de recuperação.
Isso, ao menos até que um vídeo viralizado deu origem ao anúncio de um longa-metragem em que seres pixelados oriundos de vídeo-games invadem a Terra, e assim chegamos a "Pixels", tenteada de encher bolsos à custa de nostalgia, efeitos especiais, e diversão descompromissada.



Com direção do mesmo Chris Columbus que contribuiu pro enriquecimento próprio e alheio em filmes pregressos, "Pixels" foi uma investida com todo jeito de Sessão da Tarde que viria bem a calhar nesses tempos em que pose de sombrio e clichê disfarçado de épico virou discurso de defesa pra quem quer se considerar mais maduro que os outros.
A produção do filme de Columbus, obviamente, conta com o amparo do CG que transborda na tela à medida que mais zeros são adicionados no cheque, e isso é o primeiro fator pra tornar a experiência com cara de divertida, desde os trailers.
O nome do Adam Sandler, nesse caso, passa a ter menor peso diante do chamariz à memória que as criaturas alienígenas que curtem um som em midi induzem ao público.
Além dele, também estão no filme Peter Dinklage, Michelle Monaghan, Kevin James, Josh Gad, Brian Cox, Sean Bean, Dan Aykroyd, no combate aos invasores aliens com visual massa.
Os efeitos, claro, cumprem o que se espera.
O que não o faz, é o resto do filme.



Os embates acontecem em 3 atos, nos quais o desperdício de potencial parece ser um lema.
Muito disso se deve ao fato de "Pixels" existir pra ser um filme do seu elenco. E não um filme sobre essa ameaça que chega ao planeta, e vai exigir o habitual grupo improvável de herois.
E recaindo pra conta de Sandler e Cia o compromisso de empurrar o filme pra frente, o fracasso de piadas faz com que, além de não haver qualquer empatia com os personagens, a torcida logo seja muito mais pros aliens que pro time da casa.
O longa-metragem de Chris Columbus tinha todo jeito de que poderia mimetizar a aura dos filmes oitentistas de aventura, em que o roteiro não era visto em uma série de pequenos blocos de stand-up comedy, e nos quais os personagens não se anulavam por serem criados completamente vazios, em um tresloucada celebração dos nomes no cartaz.
Desde as partes do roteiro que são pra insistir que o espectador deve se importar com os protagonistas, até a moral da história no confronto final, que é dos mais óbvios e sem serventia possíveis, "Pixels" é uma lição valiosa de que mesmo uma jogada oportunista precisa, mesmo que ancorada na nostalgia e memória afetiva do público (mesmo que apele pro lado hipster da Força) de pelo menos um motivo de existir pros personagens que não seja pros seus intérpretes se orgulharem quando acessam o Box Office Mojo.



Ainda assim, com todas essas drogas, se ao menos tivesse tido a decência de fingir que a ameaça em algum momento parecia algo ameaçador, "Pixels" poderia ser aquela sessão de cinema na qual o cara consegue chegar ao final e apenas se espreguiça quando o nome do diretor aparece.
Não poderia ser o filme de entretenimento no qual a consequência do humor é induzir ao sono R.E.M..
A menos que o objetivo tenha sido esse desde o início, claro.
Então "Pixels" não é ruim. É só incompreendido.


Quanto vale:



Pixels. Recomendado para: perder seu tempo.

Pixels
(Pixels)
Direção: Chris Columbus
Duração: 106 minutos
Ano de produção:2015
Gênero: Comédia/Aventura

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