Frozen: Uma Aventura Congelante (2013)



Eu queria dizer que “filmes protagonizados por princesas” eram o terreno natural da Disney, e ali eles não erram.
Mas eu assisti antes deste “Frozen” o longa-metragem “Valente” (2012), e nenhuma confiança permanece inabalável depois disso.
Apesar disso, “Frozen” tinha as mesmas chances que qualquer um de ser bem feito e emular as emoções certas pra criançada se divertir nessa nova empreitada.
O lance é aproveitar essas chances.



Porém, pra soar minimamente novo nesse segmento, o cara tem que ter uma dúzia ou mais de cartas na manga, senão é que nem o caso do mencionado “Valente”, que se escorou no hype, que funciona pra vender ingressos e garantir estatueta em premiações mais xenófobas.
Em “Frozen”, de cara o enfoque se divide entre as irmãs, e lógico, princesas, Elsa (dublada no original pela Idina Menzel) e Anna (Kristen Bell).
Uma delas tem um segredo que lhe confere poderes a la Bob Drake, e isso vai ser um problemão se cair nas graças dos súditos do reino de Arendelle.



Então, segredo guardado, e uma separação entre as irmãs que sempre foram amigas vai ser um elemento-dorsal no roteiro, que só acontece mesmo quando ambas já estão pensando nas responsabilidades de adulto que a posição hierárquica atribui.
A direção da dupla Chris Buck e Jennifer Lee é das mais acertadas. O humor, elementos fantásticos, e draminha funcionam em harmonia, e especialmente a dicotomia na atenção que o roteiro dedica a cada uma das gurias é capaz de não tornar tedioso assistir mais uma historia similar.
Efeito parecido tem a paixão súbita de uma das princesas, que vai contra o que pareceria ser o casal típico nessas tramas, com o desajustado sendo o par ideal da princesa.
Além disso, o tom de aventura é onipresente, e há muita ação no filme, que não abre mão dos números musicais, que pra quem não suporta, a melhor sugestão é nem começar a assistir o longa-metragem.
E somado a isso, tem os coadjuvantes de cartilha com função pré-definida e muito evidente a cada fala: Kristoff (Jonathan Groff), e o boneco de neve Olaf (Josh Gad).


Claro que dessa vez, a moral da historia retoma a simplicidade das produções dos antigamentes, com menos crítica, e mais amizade e similares. Não é problema nenhum, especialmente se lembrarmos que, mesmo que pra um adulto isso não seja tão efetivo quanto um paralelo social com os dias de hoje camuflado na trama (que nem o também concorrente ao Oscar 2014 “Ernest & Celestine” fez tão de maneira tão competente), esse é um filme pra crianças, e ser divertido durante a metragem já é o bastante, nesse caso.
No mais, “Frozen” é aquele nível de perfeição na produção que a gente nem se surpreende mais com esses blockbusters animados, e até por isso com os acertos acima, mesmo que não traga muito de novidade, é um dos exemplares divertidos e não-constrangedoramente comuns que apareceram nas telas ultimamente.
Falta bastante pra que o cinema de animação volte aos excessos de inventividade que era quase tradição em seus arrasa-quarteirões, mas tendo em vista o retrospecto recente, a Disney apresenta consideráveis sinais de melhora.


Quanto vale:


Frozen: Uma Aventura Congelante. Recomendado para: um breve olhar otimista com relação aos filmes de contos de fadas.

Frozen: Uma Aventura Congelante
(Frozen)
Direção: Chris Buck, e Jennifer lee
Duração: 102 minutos
Ano de produção: 2013
Gênero: Aventura/Fantasia

Confere NESSE LINK a crítica de outros indicados ao Oscar 2014.

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