Resenha: Coringa, de Brian Azzarello e Lee Bermejo



A Panini relançou recentemente o encadernado Coringa, de 2011. Produzida originalmente em 2008, para pegar carona no sucesso do vilão no segundo filme da triologia de Nolan, a história foca no principal vilão da editora DC Comics. Ou melhor, um dos principais da história dos quadrinhos mainstream.

Para aproveitar o hype do filme, a editoria não perdeu tempo e chamou Brian Azzarello, autor dos excelentes  100 Balas, Lex Luthor: Homem de Aço e mais recentemente da revista solo da Mulher Maravilha. Para a arte, o ótimo Lee Bermejo (Lex Luthor: Homem de Aço, Batman: Noel) foi escalado. A arte, aliás, está fantástica nesta história, sendo o principal ponto forte do encadernado.

Azzarello, em 100 Balas, se destacou por construir uma forte trama noir, com altas doses de violência e suspense. Aqui ele tenta seguir por um caminho parecido. Seu Coringa é um psicopata violento, que dominava as ruas de Gotham até ser preso no Asilo Arkham. A história começa com a sua saída do manicômio (isso mesmo, saída, não fuga), e guerra que faz para retomar o controle do submundo.




É interessante a forma que o autor desenrola a trama. Somos apresentados a Jonny Frost, um ladrão comum que acaba aproveitando a oportunidade de sua vida ao virar motorista do Coringa. É pelos seus olhos que enxergamos os planos do palhaço do crime tomarem forma, seus conflitos (com diversos outros vilões) e, finalmente, sua relação com o Batman, que aparece apenas no final.

Infelizmente, o resultado final do encadernado não alcança as expectativas e o peso que o nome dos envolvidos traz. Como era de se esperar, o protagonista fica totalmente apagado ao lado do Coringa, que rouba a cena. Azzarello não conseguiu desenvolver Jonny Frost o suficiente para ganhar algum destaque. Além disso, trama nunca chega no clímax esperado. A tensão vai crescendo e, repentinamente, termina a história.

É difícil até achar uma boa imagem de Jonny Frost

De maneira alguma é uma obra ruim. A arte é incrível e o enredo tem seus pontos positivos. Mas isto é o que todo mundo espera de uma graphic novel  com um dos maiores vilões de todos os tempos. Quando se coloca na equação os nomes envolvidos, então, a expectativa é para algo no mínimo muito bom. 

E, tirando todas as qualidades técnicas já esperadas, temos aqui uma história (apenas) competente. Nem mais nem menos do que isso.


Recomendada para: quem quer ver o Coringa como o vilão psicopata que é, ao invés do palhaço engraçadinho do desenho animado do Batman.


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