Sin City: A Dame to Kill For (2014)



É sim assaz divertido dar uma passeada pelas sombrias ruas de Basin City, cidade imortalizada nas páginas de Sin City, histórias em quadrinhos criadas por Frank Miller no início dos anos 90. O primeiro filme Sin City, lançado lá em 2005 e dirigido por Robert Rodriguez, veio com o diferencial que era levar para as telas de cinema o clima noir das violentas histórias em quadrinhos homôninas. Além disso, contava com um texto afiadíssimo de Frank Miller, autor que nos anos 80 concebeu a célebre história em quadrinhos O Cavaleiros das Trevas, mas que recentemente, inexplicavelmente, conseguiu parir aquela bomba cinematográfica conhecida como The Spirit.

É óbvio que não há do que reclamar desse Sin City: A Dama Fatal quando o assunto é mulher gostosa e violência caricatural. Eva Green é uma atriz que rouba a cena sem fazer força. Há também lutas e ossos fraturados aos borbotões, mas o texto do Miller já não funciona como nos tempos de outrora. O roteiro não empolga da mesma forma que antes, quando estávamos, sei lá, saindo da adolescência e achávamos divertido ver o Clive Owen pular dos últimos andares de um prédio e depois sair caminhando normalmente como se nada tivesse acontecido. Ou seja, os quase 10 anos de intervalo entre as duas produções esfriaram os ânimos e o roteiro me pareceu um tanto quanto preguiçoso.


Assim como o primeiro filme, esse longa é constituído por três histórias levemente interligadas. Duas das três histórias são baseadas em graphic novels de Frank Miller e a terceira é inédita e exclusiva do cinema. 

A primeira história é The Long Bad Night e traz Johnny (Joseph Gordon-Levitt) em uma noite que começa com um jogo de pôquer na companhia de um certo político corrupto, mas é óbvio que estamos em Basin City e o tal jogo de pôquer é apenas uma desculpa para tudo terminar em um banho de sangue. 



Depois chegamos para o conto A Dame To Kill For, onde o incauto Dwight McCarthy (Josh Brolin) é seduzido pela mulher de seus sonhos e também dos seus piores pesadelos, Ava Lord (Eva Green). Com o auxílio de Marv (aquele mesmo brutamontes do primeiro filme interpretado Mickey Rourke), Dwight tenta proteger essa moça misteriosa e tão sensual que é capaz de deixar o falo de qualquer um apontado para o Cruzeiro do Sul. Ah! E nem me pergunte nada sobre o retorno de Marv, personagem que morreu no filme anterior, já que pelo visto, Rodriguez e Miller, nesse Sin City 2, deram uma banana para a cronologia.

Depois retornamos para o conto de Johnny com a segunda parte de The Long Bad Night e encerramos com Nancy´s Last Dance. Onde Nancy (Jessica Alba), se encontra derrotada, ganha a vida como uma stripper alcoolista e passa o tempo a empinar copos de cachaça enquanto jura vingar o nome daquele que morreu protegendo-a no primeiro filme, o policial John Hartigan (Bruce Willis).

A história mais coesa é a protagonizada pela Nancy, as outras chamam mais atenção pela putaria e barbaridade, porém ainda sofrem com a onipresença do personagem Marv. Sério, na boa, sabemos que o cara é fodão, mas o tempo demais em tela eclipsou outros personagens que possuíam um ótimo potencial.

De uma forma geral, o filme até diverte, mas poderia ter sido melhor se fossem então duas histórias e destacassem mais alguns personagens. Ah! O 3D é bom.



Recomendado para: Quem almeja ver novamente as sombrias ruas de Basin City criadas diante um fundo verde.


Título: Sin City: A Dama Fatal
Diretor: Robert Rodriguez
Ano de produção: 2014
Gênero: Policial, ação
Tempo de Duração: 108 min
Previous
Next Post »