Nos idos dos anos 70, Terry Gilliam foi integrante do Monty Phyton, um grupo britânico de humoristas que são para a comédia o que os Beatles são para a música. Já nas décadas posteriores, Gilliam iniciou carreira como cineasta, realizando muitos filmes com um forte viés surrealista, vide obras como Brazil e O Mundo Imaginário do Dr. Parnassus. Os detratores do cineasta afirmam que tais produções não passam de delírios de alguém que ingeriu uma mistura de LSD e Detefon no café da manhã, mas, por outro lado, os seus admiradores enxergam ali obras ousadas e altamente criativas.
O mais recente trabalho de Gilliam é O Teorema Zero, uma ficção científica com um forte apelo visual (imaginem uma mistura de Blade Runner e o Quinto Elemento) e permeado por várias metáforas sobre religião e o sentido da vida. Calma, não vá pensar que tal obra é mais uma dessas xaropices metidas a filme cabeça. Pelo contrário. Se até eu, que tenho cérebro avariado devido a sucessivas sessões de filmes do Uwe Boll, consegui sobreviver a essa nova empreitada do Gilliam, qualquer pessoa então consegue.
Em O Teorema Zero, um exímio programador, interpretado pelo excelente ator Christoph Waltz, recebe a tarefa de resolver o referido teorema, já que ele contém o que pode ser o significado para a existência. Nesse meio tempo, são jogados na trama elementos comuns à filmografia do cineasta, tais como personagens excêntricos e momentos onde a própria natureza da realidade é algo questionável.
Embora o filme apresente alguns escorregões ao deixar de desenvolver subtramas que poderiam ser mais aproveitas, o elenco demonstra uma nítida sintonia, tanto que os coadjuvantes Matt Damon e Tilda Swinton cumprem as suas respectivas funções com competência.
O Teorema Zero pode até não ser o Gilliam em sua melhor fase, mais ainda assim já é algo acima da média.
O Teorema Zero pode até não ser o Gilliam em sua melhor fase, mais ainda assim já é algo acima da média.
OBS: Esse é o tipo de filme que valeria uma resenha longa esmiuçando os inúmeros significados ali presentes, vomitando spoilers como se não houvesse amanhã. Quando eu tiver mais tempo, tentarei cumprir tal intento.
Recomendado para: Aqueles que já estavam acreditando que não existe mais ficção científica para adultos.
Título: O Teorema Zero
Direção: Terry Gilliam
Ano de lançamento: 2013
Tempo de duração: 107 minutos
Gênero: Ficção Científica
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