Oz: Mágico e Poderoso (2013)



Em meados desses tempos que passaram, um grande diretor optou por uma decisão ousada e arriscada.
Muita gente diria precipitada, e eu diria que mandou bem na decisão.
Após estruturar vários dos pilares do hoje chamado “Cinema de HQs” (outrora um mero fedor), Sam Raimi viu o império que ajudou a erguer com Homem-Aranha, e Homem-Aranha 2, ser reduzido a churume com a interferência de estúdio em Homem-Aranha 3.
O cara não quis mais saber.


Ao abandonar o barco e permitir espaço pra outro prosseguir contando as histórias do Nerd-teia (no caso, o diretor Marc Webb, em O Espetacular Homem-Aranha), Raimi poderia escolher o que bem surgisse na sua mente.
Recentemente ele produziu um remake de seu trash-poético, na nova versão de EvilDead, dirigida pelo Féde Alvarez.
Mas não era apenas esse retorno às raízes o que parecia que o cineasta buscava.


Tão inusitado é ver o nome de Sam Raimi vinculado a um filme de fantasia, voltado ao público infanto-
juvenil, que ainda agora, mesmo depois de assistir, é um esforço complexo reconhecer este fato.


Oz: Mágico e Poderoso tem lá seu estilo, com o início em preto e branco, e o clima de retrô não apenas
nas cores presentes na tela.
A forma de humor e construção de personagens acompanha isso, do mesmo modo que a sequência do balão é um dos raros momentos em que fica estampada a identidade artística de Sam Raimi.
James Franco, interpretando o mágico Oscar Diggs, é pura caricatura. Até certo ponto isso é bastante aceitável por causa da mencionada aura retrô, mas depois de um tempo percebe-se que é só isso mesmo.
A atuação do cara não vai além disso, porque provavelmente foi só isso o exigido dele.
E mesmo sendo um filme infanto-juvenil, era esperada alguma atuação mais marcante, afinal, este é um quase-prequel do filme clássico 1939.
Mas não.
Não espere nada disso mesmo que o elenco tenha nomes do porte de Mila Kunis, Michelle Williams, Rachel Weiss, e Zach Braff (sim. O cara do Scrubs).


Mas o visual do filme é legal.
Mas qual filme caro, hoje em dia não tem visual legal?
De roteiro tedioso, e frustrante, nada se desenvolve, nada tem graça, e nisso, Oz: Mágico e Poderoso se assemelha demais, lamentavelmente, a outro besteirol de fortuna bem gasta em CG: Alice no País das Maravilhas, dirigido pelo Tim Burton.
Verdade que, aqueles que suportarem a ausência de graça encontrarão no embate final algumas ideias a mais, que trazem à lembrança “A Invenção de Hugo Cabret”, mas que ninguém diga que foi enganado por mim, que disse que o filme é bom, e etc.
Pra fim de referencial, posso dizer que, mencionando um filme recente, Oz: Mágico e Poderoso consegue ter menos atrativos do que o também medíocre Jack: O Caçador de Gigantes.


Pra um filme de aventura da Disney, Oz: Mágico e Poderoso não faz rir, pouco surpreende, e nada diz.
E mesmo que os maneirismos tão particulares do cinema de Sam Raimi ganhem algum espaço vez ou outra, e o início traga consigo um efeito ligeiramente nostálgico, o fato de que essa etapa seja parte do mesmo produto que contém mais hora e meia de marasmo e visual bem feito não compensa.
Na esperança de um novo bom longa-metragem do diretor, só nos resta aguardar um retorno aos bons tempos de outrora.
Que ele não tenha esquecido o que aprendeu em Evil Dead, Um Plano Simples, e Homem-Aranha 2.
Aguardemos.


Quanto vale:


Recomendado para: Ninguém. Na busca por um bom filme de fantasia, Dê valor ao seu tempo, e assista qualquer um do Miyazaki.

Oz: Mágico e Poderoso
(Oz: Great and Wonderful)
Direção: Sam Raimi
Duração: 130 minutos
Ano de produção: 2013

Gênero: Fantasia/Aventura

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