O Robocop, dirigido por Paul Verhoeven em 1987, é uma versão melhorada de uma ficção científica fuleira (porém simpática) chamada Roboman, lançada um ano antes e com bem menos recursos financeiros.
Não que o filme de 1987 seja uma refilmagem desse tal Roboman, pelo contrário, mas possui conceitos deveras semelhantes em vários aspectos. Ainda mais, vale ressaltar que a ideia de um policial morto que é transformado em um androide já tinha sido abordada no anime japonês o Oitavo Homem, lançado em 1963.
E falando em Japão, foi nesse mesmo país que a produtora Toei Company pegou carona no sucesso do homem máquina ocidental e criou a sua própria versão do policial cibernético, o Jiban.
De uma forma geral, o Robocop é um filme excelente e funciona bem até os dias atuais. Com exceção de alguns (d)efeitos especiais pontuais que deixariam aquele curta-metragem caseiro dos seus amigos parecendo um Transformers, o longa-metragem de Paul Verhoeven é uma obra exemplar.
A cena em que os vilões se divertem ao tirar a vida do protagonista é de uma coragem e um sadismo poucas vezes visto no cinema mainstream.
O sujeito que mergulha em ácido e gradativamente começa a se desmanchar bem no meio de um tiroteio entre bandidos e policiais, é de um humor nefasto inconcebível para um filme blockbuster. E olha que Robocop, no final dos anos 80, chegava a ser exibido na Sessão da Tarde!
Além disso, o roteiro que mostra o embate interno entre a consciência e o organismo mecânico do protagonista é algo digno dos melhores contos do Isaac Asimov ou do Philip K. Dick. Vale lembrar também que nesse mesmo roteiro ainda é explorada a corrupção interna entre os policiais, eliminando o maniqueísmo fácil e tornando os mocinhos tão marginais quanto a bandidagem.
Diante de tudo isso, qual é novidade que um remake do Robocop tem para oferecer, além de repetir todos os méritos do original? Será que o brasileiro José Padilha, diretor dos dois Tropa de Elite, irá conseguir trazer algo relevante ao dirigir o Robocop?
Tenho para mim que, nesse caso, não caberia uma refilmagem, mas sim uma sequência para o segundo filme, lançado em 1990. Eu, particularmente, não considero o Robocop 2 tão bom quanto o primeiro, mas é muito superior ao terceiro. Aliás, nem mesmo um tratamento de canal é uma experiência tão dolorosa quanto assistir ao terceiro. Credo!!
Por enquanto são despejadas, em doses homeopáticas, notícias acerca do remake. Recentemente, por exemplo, foi divulgada a imagem de um protótipo chamado EM-208, que é um projeto precursor do policial do futuro na nova versão.
EM-208 |
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