Dos vários filmes pós-apocalípticos lançados nos anos 70 (sim, era época de Guerra Fria e esse tema era tão comum quanto canjica em quermesse), o longa-metragem Gas! or It Became Necessary to Destroy the World in Order to Save It me chama a atenção não apenas pelo nome quilométrico, mas também pela mistura esperta de rock and roll, irreverência e pelas alfinetadas ao momento político do período.
No filme, uma arma química é testada pelas forças armadas. Para variar, os milicos cagam fora da panela e os resultados do referido experimento atingem proporções catastróficas: um gás letal se espalha pelo planeta matando todo e qualquer ser humano acima dos 25 anos. Sendo assim, a Terra se tornou um imenso playground dominado por adolescentes.
Produzido durante o ápice do movimento flower power, esse longa-metragem, graças ao alinhamento dos astros, não caiu naquela hipponguice cafona que permeava algumas produções da época. Pelo contrário, o diretor Roger Corman, mestre dos filmes B, em nenhum momento se leva a sério e entrega uma obra com um humor afiadíssimo.
Gas! conta no elenco com a presença da até então desconhecida Tally Coppola, atriz que a partir de O Poderoso Chefão, dirigido pelo seu irmão Francis Ford Coppola, passou a usar o nome de Talia Shire.
Além disso, devido a divergências artísticas, Gas! marcou o fim da parceria entre Roger Corman e a produtora AIP (American International Pictures). A dupla Corman e AIP, para o completo desespero dos seres de bom gosto, foi a responsável por inúmeros filmes nos anos anteriores.
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