Foi
surpresa pra todo mundo quando X-Men virou uma das franquias
de maior sucesso do cinema de HQs.
Porém,
maior surpresa ainda foi antes, quando o nome de Bryan Singer foi
anunciado pra dirigir o primeiro filme mutante (e eu falo filme,
então não é aquela coisa caseira chamada Geração X),
X-Men: O Filme.
O cara
vinha de dois baita trabalhos, em Os Suspeitos, e O
Aprendiz.
Agora,
não tinha essa lata de Hollywood estampada.
No fim
das contas, ele nunca chegou a ser bem “Hollywood”.
Mesmo
o sucesso comercial em X-Men 2 não era bem o blockbuster
típico.
E
depois, quando criou um ótimo filme a partir de uma premissa de
êxito questionável em Operação Valquíria, ele assumiu de vez que
não tinha toda essa pretensão de ser o que a indústria gostaria
que ele fosse.
O que
se vê no seu mais recente filme lançado, Jack: O Caçador de
Gigantes, de certa forma, é mais pra reforçar isso.
A
historia não parece se encaixar ao estilo do diretor, e o enredo
fantástico soa um tanto sem graça,
especialmente com a recente
safra de contos de fadas modernizados.
Não
parece mesmo que em nenhum momento a vida do Jack do título
(Nicholas Hoult, de "X-Men: Primeira Classe") vai rumar pra outro caminho que não seja a
historinha de humor protocolar a cada cinco ou dez minutos, e
personagens previsíveis.
Verdade é que, em se tratando de uma versão moderna, vários são os elementos
novos pra que até que o pé-de-feijão germine ainda existam motivos
pra ficar na sala.
Nada
de impressionante, no entanto.
O
grande diferencial, no caso, é o trabalho em paralelo pra tornar a
presença da princesa Isabelle (Eleanor Tomlinson) um
personagem tão importante quanto o próprio protagonista.
É o
tipo de escolha que não se esperaria de Bryan Singer.
Mas
fato é que quase ninguém ganha $195 milhões em Hollywood sem
prometer que vai fazer a aventura, ação ou roteiro, ser apetrecho do
romance.
A
diferença é que alguns cumprem isso à risca, e outros não.
No
caso de Jack: O Caçador de Gigantes, o problema não está
nem nesse aspecto.
O
fator complicador é que, por mais que tenha seus momentos, ele não
sai da média.
E isso
pra um pretenso arrasa-quarteirões é falha qualificadora, passível
de punição em bilheteria, além de transmitir a impressão de que esse filme, apesar do alto investimento em efeitos especiais, é apenas algo pra assistir em casa depois de rever as cinco temporadas do Breaking Bad, se ainda lembrar do longa-metragem após a sessão
ininterrupta de um mês e pouco.
Mesmo
quando Bryan Singer confere a Ewan McGregor algumas
boas piadas, e alguma personalidade aos gigantes do longa-metragem, é
impossível não considerar o tempo de projeção algo válido apenas
“porque tava passando no shopping e não tinha nada pra fazer, daí
fui assistir qualquer um que tava passando”.
E não
me entendam mal.
Não
quero dizer que não seja até que meio que um pouco divertido o
filme.
Porém,
é muito mais algo pra assistir em casa do que pra justificar todo o
gasto e expectativa de ser épico jovem da temporada.
Quanto
ao resto, é claro que o trabalho de Bryan Singer é correto
nos aspectos técnicos, e fotografia, trilha sonora, etc, são
realizados com aquela atenção aos mínimos detalhes da Cartilha do
Blockbuster.
Algumas
soluções meio espertas mas nada ousadas, e a tentativa de ser algo
leve, evitando de maneira esmerada mostrar cada um dos momentos
razoavelmente violentos que ficam sugeridos quando a edição corta
repentinamente o desfecho de um golpe, apenas deixam mais que
evidente a tentativa de se enquadrar aos intentos bilheteiros.
Mas quando uma obra já sai engessada dessa forma, e tem que se ajustar de maneira tão simplória pra conseguir ser realizada, talvez seja indício de que seria melhor se ela não o fosse.
Mas quando uma obra já sai engessada dessa forma, e tem que se ajustar de maneira tão simplória pra conseguir ser realizada, talvez seja indício de que seria melhor se ela não o fosse.
E no final tem uma batalha em que o CG está até no reboco das paredes, e que é resquício do pós-Senhor dos Anéis por Peter Jackson.
E tem um vilão interpretado pelo Stanley Tucci que constrange.
Mas enfim, não importa muito.
De
todo modo, enquanto passatempo rasteiro de 1h e 50 e poucos, o filme
até vale a visita na falta de algum download concluído.
Mas vá
sem esperar nada.
Esse
não é um filme de Bryan Singer.
É uma
encomenda que ele preparou pra não ficar mal com uns conhecidos que
vieram e pediram pra ele, e eram uns caras das antigas, que tinham
feito uns favores e tal, e daí como é que ele ia dizer não?
É o entretenimento
corriqueiro e menos interessante que pouco oferece, mas que não é
ruim a ponto de ofender, e com certeza desse cineasta se esperava
mais.
Quanto vale:
Recomendado
para: quem tem filho pequeno e procura algum filme que possa
assistir com a criança, verificando mensagens no celular de vez em
quando sem perder muita coisa da história.
Jack: O Cacador
de Gigantes
(Jack:
The Giant Slayer)
Direção:
Bryan Singer
Duração: 114 minutos
Ano de produção:
2013
Gênero: Aventura/Fantasia
Gênero: Aventura/Fantasia
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