O Satélite Indica: HQs que Valem a Pena Acompanhar - Parte 1

Não é mistério para ninguém que a maioria dos leitores de Histórias em Quadrinhos preferem acompanhar encadernados e histórias fechadas. São nelas que os autores conseguem a liberdade de produzirem a obra como imaginaram, sem se preocupar com amarras cronológicas, legiões de fãs enraivecidos ou, pior ainda, decisões editoriais. Claro, isso não garante que vá sair uma história de boa qualidade. Mas ajuda.

Entretanto, também não é mistério que ainda mantemos nossos laços com as HQs mainstream de super-herói. Seja pela curiosidade de saber o que andam fazendo com nossos heróis preferidos, pela vontade de voltar ao mundo da DC Comics e da Marvel, ou até pela curiosidade que uma capa bem desenhada nos provoca.

Trago aqui, em dois posts (DC e Marvel), algumas publicações que eu venho acompanhando e que não deixam a desejar. São, na minha opinião, o que tem de melhor saindo mensalmente nas bancas.

Começando pela DC Comics, separei duas mensais, curiosamente protagonizadas por super-heroínas, que não vão desapontar ninguém que se aventurar em suas páginas.

Mulher Maravilha,  por  Brian Azzarello (roteiro) e Cliff Chiang (artista regular)




O talentoso Azzarello (100 Balas, Lex Luthor: Man of Steel) vem fazendo, desde 2011 (2013 no Brasil) um bom trabalho no ícone feminino da DC. Acho muito legal o fato do autor fazer seu título funcionar como se tivesse temporadas. Você acompanha toda a história se desenrolando até chegar na edição season finale (no caso do primeiro arco, a décima segunda), e daí acompanha o surgimento de um novo arco, e assim por diante. Se não for bem planejado, pode virar um porre de acompanhar, mas não é o caso. Azzarelo não tem medo nenhum de mudar a origem da heroína, nem de inserir plot twists inesperados.

Além disso tudo, a arte dá uma identidade muito legal à HQ. As cores mais fortes, aliadas com o traço bem definido, conseguem chamar a atenção do leitor (dá inclusive vontade de colocar de papel de parede do computador). Não lembro de ter visto uma arte tão legal para a personagem desde que Alex Ross a desenhou no Reino do Amanhã.

Para quem gosta de mitologia grega (primeiro arco) ou da mitologia dos Novos Deuses da DC (segundo arco), então, é um prato cheio. 

Batwoman, por J.H. Williams III (roteiro e desenhos) e W. Haden Blackman (roteiro) 


Polêmica é o conceito que descreve esta revista. Polêmica por ter uma protagonista lésbica e judia; polêmica por mostrar o relacionamento dela desde o início até o pedido de casamento; polêmica pelos autores terem saído do título após a recusa da DC em realizar o casamento da heroína. E como você pode adivinhar, é um baita título.

Começamos pelo melhor: a arte. J.H. Williams III é um dos melhores desenhistas da atualidade, sem exagero nenhum. Batwoman é fantástico não apenas por sua parte estética, muito bem desenhada e com tons de vermelho realçados, mas também pela virtuosidade do desenhista em usar os quadros e as páginas da maneira mais criativa possível. É um passeio folhear as páginas do título, e para o ritmo do enredo, essa técnica funciona muito bem, pois consegue passar um grande número de informações.

O grande ponto positivo do roteiro é a caracterização de Kate Kane, a Batwoman, como uma mulher forte, independente e orgulhosa. Você consegue enxergar sua personalidade crescendo em complexidade ao longo das edições. O enredo dos arcos também não é nem um pouco fraco, trazendo situações típicas de Gotham City, e com participações especiais de personagens mais famosos, como a Mulher Maravilha e o Batman.

Menções Honrosas: Homem-Animal, Action Comics (fase do Morrison), Arqueiro Verde (fase do Jeff Lemire)

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