Oblivion (2013)



Depois de Tron: O Legado, seu filme de estreia, o futuro da carreira do diretor Joseph Kosinski permaneceu incerto.
Ao mesmo tempo em que a sequência do sci-fi de 1982 tinha muitas qualidades, e ideias que iam além do visual, o resultado agridoce nas bilheterias o fazia permanecer no limbo dos cineastas com potencial, mas que não traziam grandes garantias de sucesso comercial.
No caso deste Oblivion, seu mais recente filme adaptando uma não publicada graphic novel sua, novamente Kosinski pode contar com elenco famoso e produção de primeira.
A questão é que, desde o trailer até os cartazes, tudo parecia muito lugar comum.
Nada novo.
E tudo bem que, geralmente o cinemão blockbuster acaba sendo isso mesmo.
O problema é que o público pense isso antes do lançamento.


A trama de Oblivion é apresentada pelo protagonista Jack Harper (Tom Cruise) em 2077 na superfície da Terra devastada após a invasão por uma força alienígena, sendo que a guerra resultante levou à destruição da Lua, e contaminação da superfície do planeta, o que leva a humanidade a migrar pra uma das luas de Saturno.
O personagem de Tom Cruise, permanece responsável pela manutenção dos robôs que coletam energia na Terra, e junto a ele está sua companheira Victoria (Andrea Riseborough).
Bueno.
É isso.
Por um bom tempo, pelo menos.


Nesse tempo em que o filme é verdadeiramente mais do mesmo, a trama se arrasta com o auxílio de um Tom Cruise interpretando novamente o mesmo personagem, com todos os maneirismos que equivocadamente lhe são atribuídos na tentativa de fazê-lo parecer lobo solitário, que não segue regras.
Isso não funciona mais.

Durante esses minutos, apesar da certeza de que há algo a ser revelado, Oblivion é realmente muito tedioso.
Colabora com isso a trilha sonora dos franceses do M83, que juntamente com Joseph Trapanese e Anthony Gonzales revisitam o magistral trabalho do Daft Punk em Tron: O Legado, só pra nos lembrar que dessa vez ela não está em sintonia com o filme da ocasião. Quando não é isso, é o convencional, com trejeitos de Hans Zimmer.
Os dólares que sobram pela não necessidade de grande elenco estão bem investidos, e só pra variar os efeitos especiais estão muito bem realizados.
Mas a historia em si, apenas começa quando a personagem de Olga Kurylenko passa a ter importância decisiva no enredo.
E só engrena quando o personagem de Morgan Freeman põe as cartas na mesa.

Ainda assim, o problema de ritmo no filme e o não desenvolvimento de nada mais que o visual são seus maiores empecilhos.
Cada boa ideia do roteiro (e são várias) sofre com a sequência a seguir, que trata de “equilibrar” as coisas tornando Oblivion novamente um filme de efeitos especiais, em que todo mundo atua no automático, e serve de muleta pro pretensamente filosófico e sempre morno longa-metragem.
Demérito da direção, mas os méritos do roteiro precisam ser destacados com certeza.
A complexidade da trama, nas mãos de um cineasta de maior repertorio e capaz de aproveitar melhor o elenco que ainda conta com Melissa Leo, Nicolaj Coster-Waldau, e Zoë Bell, poderia resultar em um filme memorável.


O pós-apocalipse tem em Oblivion um exemplar que aposta nas ideias, mas não as utiliza tão bem quanto o CG à sua disposição.
Diverte um pouco porém sem nem chegar perto do sensacional Lunar, mas ainda felizmente sendo bem melhor que a mediocridade vista em Depois da Terra, o diretor Joseph Kosinski novamente fica aquém do investimento, e sem os pontos altos vistos em Tron: O Legado.
O que se espera é que sirva de experiência.
Potencial pra realizar um baita arrasa-quarteirões faturando alto ele já demonstrou que tem, ainda que até agora tenha batido na trave.


Quanto vale:


Oblivion. Recomendado para: conferir um sci-fi de visual perfeito, mas que pra registro da História, vai acabar sendo lembrado por ser apenas mais um filme do Tom Cruise.

Oblivion
(Oblivion)
Direção: Joseph Kosinski
Duração: 124 minutos
Ano de produção: 2013
Gênero: Ficção Científica/Ação

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