Perigo por Encomenda (2012)



Se eu ainda assisto esse tipo de filme é porque mantenho uma expectativa recorrente de que pra algo de tão pouco empolgante sinopse ser realizado, só pode ser porque tem ideias além do que consta nas poucas linhas que o resumem.
Também, trazer o cara da moda Joseph Gordon-Levitt (do excelente “(500) Dias Com Ela”) só me faz querer acreditar que ele não aceitaria qualquer filmeco sem ter visto nada que preste no roteiro.


Mas quando as primeiras cenas de Perigo por Encomenda vão acontecendo, parece que não, e que o filme do diretor David Koepp foi apenas mais um engano consciente em que eu apostei.
É tudo bem feito, mas isso não importa nada, porque a trama não apresenta um protagonista carismático, ou um desafio que aparente ter real dificuldade.

Além disso, Perigo por Encomenda é um longa-metragem protagonizado por mensageiros ciclistas, o que faz com que no geral todo mundo seja dono de frases querendo ser espertas e descoladas.
Mas não faz o filme melhor.
Muito menos é o amontoado de coincidências que faz com que sejam conhecidos ou amigos a maioria das pessoas que se envolverão na entrega malfadada do protagonista, e isso que os diálogos e estilo de filmagem destacam a gigante cidade de Nova Iorque, além de que um personagem chega a afirmar que a cidade “não é uma aldeia".
Fica uma impressão de macete fácil de roteirista preguiçoso.

O que reverte um pouco o quadro é quando o diretor começa a fazer uso de flashbacks.
Ao usar esse recurso pra incrementar o enredo, o cineasta enfim consegue tornar o personagem Wilee (Joseph Gordon-Levitt) em algo além do piadista em busca de liberdade das amarras de um emprego de escritório.
Além disso, o uso constante de gadgets aliado a uma edição videoclíptica acelera a historia rumo ao ponto em que o tal “perigo” do título torna-se uma ameaça com algum efeito.
Então, mesmo os coadjuvantes ganham função além de figuração, e o vilão (Michael Shannon) ganha pontos pela canalhice e capacidade de ser mala sem alça.
Nada genial, mas vai ficando divertido até que se torna de vez quando viram destaque as sequências de perseguição e manobras ciclísticas que além de muito bem coreografadas, são o tipo de ação desprovida de CG que merece atenção, e não um mero amontoado de softwares futurísticos criados especialmente pra mascarar furos de roteiro.


Na maior parte, Perigo por Encomenda é o que foi decidido que ele seria. Medíocre, e moderadamente divertido.
É diversão rasteira com alguma cara de Sessão da Tarde (no tempo em que isso era uma forma de elogio), pra assistir de novo se estiver passando na TV, e abandonar a sessão durante o filme caso chegue visita em casa, sem prejudicar em nada sua cinefilia.
Melhor um filme meio divertido de 1h 30min, do que um “ousado” e puro hype épico de 2h 40min em que o cara boceja, mas tem que ouvir que é maravilhoso pelos significados que o diretor nem sabia que tinha filmado.



Quanto vale:



Perigo por Encomenda. Recomendado para: quem é fã da temática do Yowamushi Pedal.

Perigo por Encomenda
(Premium Rush)
Direção: David Koepp
Duração: 91 minutos
Ano de produção: 2012
Gênero: Ação/Thriller

Previous
Next Post »