Top 5: Filmes de Reality Show


Quem acompanha televisão sabe que no início desse século essa mídia foi infestada por reality shows dos mais variados estilos e formatos. Há quem diga que os tais reality shows, que segundo seus detratores nem são tão “realitys” assim, já estão saturados e assistir cinco minutos de apenas alguns deles já é tempo suficiente para o indivíduo ter sua capacidade cognitiva reduzida ao mesmo nível de um neanderthal.
Pois bem, independente da (falta) de qualidade dessas referidas atrações televisivas, o fato é que na sétima arte a estrutura dos reality shows já inspirou filmes bem instigantes, ou será que esses filmes inspiraram os reality shows? Sem perder tempo com esse questionamento semelhante ao “quem veio primeiro, o ovo ou a galinha?”, selecionei 5 filmes bem bacanas que lembram a premissa dos shows da realidade.

Ocupando a quinta colocação está o Bem-vindos à Cidade Maligna, uma ficção científica obscura lançada em 1977 e que eu, particularmente nunca vi em VHS ou DVD, e só o descobri porque apelei para o famoso “cine torrent”.

Dirigido por Peter Sasdy e com Jack Palance no elenco, esse longa-metragem narra as desventuras de oito pessoas desmemoriadas que despertam em um ambiente que lembra os cenários de um filme cowboy. No decorrer da trama, os pobres personagens descobrem que estão em um ambiente de realidade virtual e são vigiados por um grupo de cientistas no melhor estilo reality show.

Apesar de ter utilizado o conceito de mundo virtual antes mesmo dos irmãos Wachowski criarem espinhas na cara, esse filme peca apenas pela falta de ritmo lá pela metade da narrativa. É uma pena, pois a ideia é muito legal.


E vocês sabem esses reality shows em que os famigerados participantes devem se submeter a pesados suplícios físicos para obterem a tão almejada vitória? Pois é, na quarta posição eu coloco um filme que tem uma premissa semelhante, só que nesse caso, o principal motivo do competidor é não ter sua cabeça explodida em mil pedaços durante uma corrida. O filme em questão é The Human Race, lançado em 2013. Na trama, várias pessoas são forçadas a participar de uma maratona onde apenas uma irá sobreviver.

Dirigido por Paul Hugh, o longa-metragem The Human Race (cujo título consiste em um jogo de palavras em inglês entre “raça humana” e “corrida humana”) funciona como uma metáfora acerca do extinto de sobrevivência inerente ao homo sapiens. É como se fosse um Battle Royale só que mais simples, menos chato e igualmente sádico.


Aqueles que odeiam reality shows do fundo dos seus respectivos corações e tripas alegam que ali não reina a realidade e que, na maioria dos casos, ocorre mesmo é a manipulação por trás dos bastidores. E é justamente a manipulação, aliada a espetacularização da violência, que é o tema abordado da nossa terceira posição: o longa-metragem The Running Man, uma espécie de Jogos Vorazes protagonizado pelo Arnold Schwarzenegger.

Baseado em um livro que Stephen King escreveu sob o pseudônimo de Richard Bachman, esse filme também lembra os contos The Prize of Peril, de Robert Sheckley, bem como o The Most Dangerous Game, do Richard Conell.

The Running Man foi lançado em 1987 e, nessa aventura futurista, Schwarzenegger enfrenta inimigos possuidores de armas estapafúrdias em um jogo que tem um propósito bem definido: saciar a sede por sangue do público, algo similar aos que os romanos tinham ao ver gladiadores se trucidarem em pleno Coliseu.

Apesar de alguns exageros (figurinos cafonas, por exemplo), o grande acerto do diretor Paul Michael Glaser foi destacar o vilão como um autêntico manipulador de resultados, onde o que importa são os números de audiência atingindo níveis exorbitantes.

The Running Man

E o segundo lugar vai para O Segredo da Cabana, filme que, na minha humilde opinião, é a homenagem definitiva ao gênero terror. Eu sei que “definitiva” é um adjetivo forte, mas é que esse longa-metragem, dirigido por Drew Goddard, consegue desconstruir os clichês dos filmes de terror com mais estilo que a famosa franquia Pânico, do diretor Wes Craven.

Em O Segredo da Cabana, lançado em 2012, todos os cacoetes que ajudaram a definir o gênero terror no cinema são destrinchados por um burocrático grupo de cientistas que observa (e manipula) as suas vítimas em uma espécie de reality show. Ou seja, a metáfora aí existente, simbolizando o elo de ligação entre público e diretor, é sensacional.

O Segredo da Cabana

E foi justamente no ano de 1984 que adaptaram para o cinema uma das mais pessimistas e sombrias distopias já escritas: o livro 1984, do escritor britânico George Orwell. No romance ficcional, escrito em 1948, Orwell relata o pesadelo que é viver sob um regime autoritário, onde qualquer fiapo de resistência e capacidade de raciocínio são reprimidos de forma violenta.

1984, o filme, tem no elenco os atores John Hurt e Richard Burton interpretando, respectivamente, o infeliz Winston Smith e o opressor O’Brien.

O longa-metragem em vários aspectos consegue ser fiel ao livro, mérito do diretor Michael Radford, que destacou passagens e termos importantes, tais como “o minuto de ódio”, a padronização do comportamento e até a onipresente vigilância do tal “Grande Irmão”. Aliás, foi daí que um enfadonho reality show tirou o seu nome.

1984 não é exatamente um filme de terror, mas apenas pelo fato de que tudo aquilo pode se tornar real (se é que parcialmente já não se tornou real) faz com que ele seja bem assustador. Sendo assim, o primeiro lugar vai para essa “amada odiosa” distopia.

1984 - O Filme

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1 comentários:

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Anónimo
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3 de agosto de 2014 às 00:32 delete Este comentário foi removido por um gestor do blogue.
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