Get Crazy


A mistura entre humor, cinema e rock and roll já proporcionou momentos de pura diversão, vide filmes como Cabeças de Vento, Quanto mais idiota melhor (I e II), This is Spinal Tap e, com uma certa boa vontade, até o recente Rock of Ages, que pode ser encarado como o encontro de Glee mais Heavy Metal Farofa.

Um outro exemplo de que doses excessivas de escárnio e rock, quando são tocados no mesmo tom, rendem cenas hilárias, é o filme Get Crazy, longa-metragem de 1983 e dirigido por Allan Arkush, o mesmo diretor do igualmente anárquico Rock ‘n’ roll High School (o famoso filme com a banda Ramones).

Malcolm McDowell apelando para o lado poser da força

Get Crazy, também chamado por aqui de No Limite da Loucura ou até de Na Zorra do Rock, algumas vezes não é lembrado até mesmo por aqueles que apreciam rock. É uma pena, pois o filme conta com todos os requisitos para figurar ao lado dos grandes clássicos do gênero, já que apresenta desde números musicais, momentos de mais puro non sense e, inclusive, a presença de gente famosa, como a participação, por exemplo, do falecido Lou Reed.

A trama de Get Crazy não é lá muito original, mas por outro lado, possui um caráter curioso por ser uma história focada na noite da virada de ano novo. Sim, se em hollywoody o Natal já foi abordado até deixar o saco do mais paciente espectador tão cheio quanto o saco do próprio Papai Noel, a “noite da virada”, por outro lado, raramente é tema de filme.

Na sinopse, o empresário Max Wolfe está prestes a realizar um tradicional show de ano novo em uma casa de espetáculos chamada Saturn Theater. Até aí tudo bem, o problema é que um empresário concorrente, Colin Beverly, almeja sabotar o evento.


A partir de então o roteiro oferece oportunidades para os mais variados tipos da fauna do rock and roll destilarem suas extravagâncias, incluindo aí desde groupies, bandas punks new wave, banda de blues, hippongas que acreditam estar em 1968 e um cowboy obscuro que aparece nos lugares e nos momentos mais inusitados com uma maleta repleta de drogas e alucinógenos em geral.


Em meio a essa salada de sandices, vale destacar a presença do ator Malcom McDowell (o Alex, de Laranja Mecânica) interpretando um rock star poser dono de performances exageradas. Aliás, “exagero” é um termo comum a esse filme, visto que boa parte das situações ali encontrada lembram comédias estapafúrdias do porte de Apertem os cintos o piloto sumiu e Corra que a polícia aí. Vale destacar que essa linha non sense já era adotada por Allan Arkush em Rock ‘n’ roll High Sschool. Conta-se até que para esse Get Crazy, Arkush queria Tom Hanks no elenco.

Não é o filme que vai mudar a sua vida, mas é uma boa pedida para ver que o rock and roll e o cinema, sempre que podem, sabem rir de si mesmos.

Recomendado para: Quem pensa que final de ano só aparece especial musical do Roberto Carlos, jingle bells, noite feliz e que tais.

Título: Get Crazy
Diretor: Allan Arkush
Ano de lançamento: 1983
Gênero: Comédia
Tempo de duração: 92 minutos



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