Brooklyn (2015)



Se a princípio parecia bem contramão da Academia ter dois favoritos ao Oscar tão inclinados pra ação, “Mad Max: Estrada da Fúria” e “O Regresso” acabaram virando a mesa e fizeram com que produções que nem esse “Brooklyn” pareçam quase deslocados nessa corrida pela estatueta.
Acontece que enquanto no ano passado os principais candidatos a melhor filme eram dramas (apenas “Sniper Americano” e “O Grande Hotel Budapeste” eram rotulados com outros gêneros cinematográficos), dessa vez os dramas estão parecendo estar na lista pra fazer número, mesmo.



A obra do diretor John Crowley parece toda adequada pra sua presença na disputa pra aplaudir o vencedor que for no palco buscar o prêmio. Não é que não seja a cara do prêmio Oscar indicar filmes que nem esse. Apenas não é sua vez de se destacar.
Adaptado da obra homônima do irlandês Colm Tóibín, o filme narra a tentativa da jovem imigrante irlandesa Eilis Lacey de alcançar o sonho americano, após se despedir da mãe e da irmã que ficam em sua terra natal.
Similar em sinopse a "Era Uma Vez em Nova York", "Brooklyn" difere principalmente no tom, muito ameno e inclinado ao gênero romântico.
A história percorre os dias de adaptação da personagem sem sobressaltos, ou grandes dificuldades.
É bem narrada, e mantém um andamento correto mais ou menos o tempo todo.
Não é de se esperar muito mais pra não se decepcionar, porque o roteiro de Nick Hornby não reserva grandes reviravoltas à frente, e quando muito há um potencial triângulo amoroso, e alguma morte que não impressiona pelo aspecto água com açúcar do enredo.




Quem sabe o único fator de algum mérito a mais seja mesmo a atuação da protagonista, interpretada pela Saoirse Ronan, uma atriz que vem cada vez mais demonstrando maturidade ao longo da carreira, e que ano passado teve um papel marcante no ótimo "O Grande Hotel Budapeste", do Wes Anderson.
Em "Brooklyn" a atuação dela é bastante sólida e competente, em um personagem que não vive grandes percalços, ou se os vive (dependendo do ponto de vista de quem assiste) eles são devidamente minimizados em impacto frente à plateia.
O diretor narra a história dela, e dos personagens interpretados pelo ator de pouco renome Emory Cohen, e pelo Doomhnall Gleeson (de "Ex Machina", "Star Wars: O Despertar da Força" e "O Regresso", todos indicados ao Oscar 2016) jogando pro colo da protagonista e dos quesitos técnicos o que pode garantir um resultado favorável no filme, que é mais ou menos o que se imagina desde o começo.
Não existe nada que implique em maior intensidade e a narrativa é tradicional até dizer chega.


"Brooklyn", apesar de ter os trejeitos de filme a ser indicado, também não é nenhuma obra-prima
Falta muito pra isso, e a narrativa é simples sem que exista algum outro elemento que justifique chamá-lo de postulante a melhor filme de 2015.
O que o salva é o carisma de Saoirse Ronan, e que o longa-metragem é realizado dando um aspecto elegante à história, em sua parcimoniosa, dramática e romântica forma de encarar a busca pela ascensão na América, a qual no fim acaba resumida a mais do que as riquezas que se pode acumular.
Um conto de imigrantes a respeito do lugar pra chamar de lar.



Quanto vale:


Brooklyn. Recomendado para: agradar quem busca um correto drama romântico sem o rótulo de comédia atrelado.

Brooklyn
(Brooklyn)
Direção: John Crowley
Duração: 111 minutos
Ano de produção: 2015
Gênero: Drama
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